15.5.18

Nas livrarias: O Prelúdio, de William Wordsworth (trad. e prefácio de Maria de Lourdes Guimarães)





«Nos inícios do século XIX, Wordsworth atingirá o auge da sua carreira poética. Com a sua obra, incluindo os treze livros iniciais de O Prelúdio, chama a atenção de Sir Walter Scott e Thomas de Quincey, com quem estabeleceu laços de amizade. Keats visita-o em 1818 e sente-se consternado ao descobrir que Wordsworth estava bem longe do radicalismo da sua juventude, pois chegava a fazer campanha para as eleições a favor dos conservadores. Esta posição política de Wordsworth deu origem a um certo desencontro ou desentendimento entre ele e a segunda geração dos românticos.
O Prelúdio insere-se na tradição da autobiografia confessional de vários autores de narrativas do século XVIII, surgindo como uma narrativa onde o poeta, além de referir acontecimentos da sua vida desde a infância, relata também eventos históricos. É assim um testemunho do seu tempo e, em simultâneo, do seu desenvolvimento espiritual e intelectual. Possivelmente constituiria, tal como o título sugere, uma introdução para um outro poema, intitulado The Recluse, que, segundo os planos de Wordsworth, seria uma longa composição filosófica; mas nunca chegou a terminar tal obra, tendo apenas sido editados alguns poemas que fariam parte dela.
De acordo com o plano inicial, The Poem — como então era designado O Prelúdio pelo poeta e por Coleridge — não devia exceder os cinco livros, mas o desenvolvimento da narração, o dramatismo das emoções profundas que o percorrem — a viagem pelos Alpes, a estadia em Londres e na França da Revolução Francesa, a sua crise moral e política — constituíram um forte apelo para prolongar o poema, embora tivesse interrompido a sua escrita durante vários anos.

Só após a morte de Wordsworth em 1850 é que surgem os catorze livros com o título The Prelude, atribuído pela sua mulher Mary Wordsworth.» [Do Prefácio]

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