4.4.18

Sobre Sátiras Escolhidas, de Karl Kraus




«Além da guerra, Kraus criticava o sionismo, a psicanálise, o otimismo tecnológico, o cliché, a má escrita e o desleixo em geral. Defendia a libertação sexual, em especial feminina, numa perspetiva antipatriarcal (“tratam as mulheres como uma poção refrescante, esquecendo que ela pode ter sede”). E multiplicava os aforismos, no meio dos textos e fora. Alguns continuam a soar instantaneamente relevantes: “O segredo do demagogo é parecer tão burro como o seu público, de forma a que este se ache tão inteligente como ele.” Outros, como o que nota que o psicanalista analisa os pecados do pai do cliente, não são menos exatos. O presente volume contém uma seleção representativa dos textos e opiniões de Kraus, traduzidos com o cuidado que a sua densidade requer. Não é uma leitura fácil — os assuntos também não eram —, e o autor às vezes enganava-se, como qualquer profeta. Nas coisas realmente importantes está certo quase sempre, e ainda por cima é brilhante» [Luís M. Faria, E, Expresso, 17/3/18]

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