24.1.18

Rui Ramos fala de Deuses de Barro, romance inédito de Agustina Bessa-Luís




«Rui Ramos, historiador e profundo admirador da escritora, considera que “Deuses de Barro é uma excelente leitura. Se tivesse sido publicado em 1943, teria sido o melhor romance publicado em Portugal em 1943. A Agustina aos 19 anos já estava muito acima dos seus contemporâneos. Mas este romance tem outra vertente interessante: é ainda mais ousado do que os romances que vieram imediatamente a seguir, Mundo Fechado e Super-homens, em que se nota que Agustina se contém mais dentro das convenções romanescas da época. Em Deuses de Barro, é mais claro que o aspeto superficialmente ‘realista’ destes primeiros romances de Agustina é apenas uma ilusão, e que o que lhe importava já era uma dimensão mítica, que certamente justificará interpretações muito variadas.”
(…)

Também Rui Ramos considera que este não é um inédito como tantos outros: “Parece-me que este é mais o caso de um inédito do tipo dos inéditos de Fernando Pessoa, que não os publicou, mas também não quis que não fossem publicados. Portanto, creio que a família tomou uma decisão correta, até porque este é um excelente romance. Não é apenas uma obra com valor arqueológico para os apreciadores de Agustina”.» [Em artigo de Joana Emídio Marques, no Observador, 21/1/18]

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