12.4.17

Sobre Poemas Escolhidos, de Yorgos Seferis







«Yorgos Seferis (1900-1971) escreveu num dos seus lúcidos ensaios que há duas espécies de helenismo: o “helenismo europeu” e o “helenismo grego”. Queria com isso dizer que “a Grécia” é uma civilização da Antiguidade, longínqua, e que nos últimos séculos foram as outras nações europeias que desenvolveram os temas helenísticos, enquanto os gregos se tornavam culturalmente irrelevantes. Para um grego, portanto, a “sua” tradição é também uma tradição estrangeira, glosada e reformulada pelos “outros”, de Dante e Eliot.
(…)
De modo que não via a mitologia e a geografia gregas como um estratagema discursivo, imagético, mas como uma experiência do tempo passado vivida no tempo presente, que é com frequência uma waste land (e nem faltam as notas eliotianas de fim de página).
Esta antologia breve de uma obra breve é eficaz na apresentação do Nobel de 1963 enquanto “diarista de bordo”, histórico e trans-histórico, situado mas universal.» [Pedro Mexia, Expresso, E, 8/4/2017]

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