27.2.17

Nos 100 anos do nascimento de Carson McCullers





Com a edição de O Coração É Um Caçador Solitário e agora de A Balada do Café Triste, a Relógio D’Água celebra o centenário do nascimento de Carson McCullers, nascida em Columbus, no estado norte-americano da Georgia, em 19 de Fevereiro de 1917.
O seu nome de baptismo era Lula Carson Smith e os seus pais eram donos de uma joalharia. Desde muito jovem revelou talento musical, havendo ecos dessa vocação em alguns dos seus contos. Mas uma doença reumática limitou as suas possibilidades de uma carreira como pianista.
Aos 17 anos escreveu o seu primeiro conto, «Sucker», e partiu para Nova Iorque para estudar música e teatro e frequentar a universidade. Em 1936 saiu, na revista Story, o conto «Wunderkind». Em 1940 publicou o que viria a ser considerado um dos seus melhores romances, O Coração É Um Caçador Solitário, revelando uma surpreendente maturidade. Em 1941 editou Reflexos nuns Olhos de Ouro. Frankie e o Casamento surgiu cinco anos mais tarde e foi adaptado ao cinema e ao teatro na Broadway, recebendo, em 1950, o prémio de melhor peça do ano. A novela A Balada do Café Triste saiu em 1951.
Carson McCullers teve um agitado casamento com Reeves McCullers, que considerava «o homem mais belo que alguma vez vira». Relacionou-se também com algumas das personalidades literárias e cinematográficas mais interessantes da sua época, como Richard Wright, Isak Dinesen, John Huston, Marilyn Monroe e Djuna Barnes, por quem teve uma paixão não correspondida.
Carson McCullers deixou uma autobiografia incompleta, Illumination and Night Glare. Numa entrevista que concedeu no Plaza Hotel, no dia do seu último aniversário, revelou as razões que a levaram a escrevê-la. «Penso que é importante para as gerações futuras saber porque é que fiz certas coisas, e isso é também importante para mim. Tornei-me rapidamente uma figura literária conhecida, sendo demasiado jovem para compreender o que me estava a acontecer ou a responsabilidade que implicava. Senti uma espécie de terror sagrado. Foi isso que, combinado com a minha doença, cedo me destruiu.  Talvez, se registar em preservar para outras gerações o efeito que o êxito teve em mim, permita que futuros artistas aceitem melhor o facto.»
Carson McCullers morreu em Nyack, em Nova Iorque, em 1967.

Sem comentários:

Enviar um comentário