26.2.16

Sobre Poderes da Pintura, de José Gil





«É importante notar que o que José Gil tenta descrever e compreender não são coisas virtuais ou potenciais provocadas pela pintura, mas movimentos reais realizados num espaço exterior, material, mundano, e não num lugar virtual criado por ocasião da experiência da arte. A premissa é que o nosso corpo é, de facto, afectado pela perceção da obras de arte: o corpo é percorrido e moldado, diz-nos Gil, por vibrações que atingem o corpo, desencadeando nele um devir-espaço. (…)
Este ensaio, breve mas de notável fôlego, termina com um capítulo dedicado à felicidade. A partir de uma importante citação de Paul Klee — é dito que a imagem artística não possui nenhuma utilidade especial e que o único objectivo que deve cumprir é o de nos tornar felizes. Sendo que a felicidade não é um somatório, mas é uma dilatação do corpo ao mundo de tal modo que não tem nenhum objecto mas transforma-se, como diz Gil, em prazer de existir. E esta abertura ao mundo é, simultaneamente, a condição de possibilidade da arte e o seu resultado.» [Nuno Crespo, Público, ípsilon, 26-2-2016]

Sem comentários:

Enviar um comentário