25.1.16

Sobre O Amigo Comum, de Charles Dickens





«O romance abre com uma cena intrigante. Um homem e a sua filha percorrem o Tamisa num pequeno barco sujo à procura de qualquer coisa, algo onde não é difícil ver uma metáfora das condições sociais da era vitoriana. Aparece um cadáver, depois identificado como o de um jovem que se preparava para herdar a fortuna do seu pai. A condição era ele casar com uma rapariga de condição modesta a quem esse golpe inesperado deixa sem nada. (…) Um certo grau de ambiguidade moral, resultante não apenas de fingimento mas também de uma genuína capacidade de ter sentimentos diferentes e contraditórios, dá profundidade a linhas narrativas paralelas que se referem a dois pares de amantes, mas também a questões mais amplas, sociais, de forma bastante direta. Se é verdade que a história tem um final “feliz”, o caminho até esse ponto faz-se com uma subtlieza e uma convicção que, mesmo para os incondicionais de Dickens, tornam especial este romance.» [Luís M. Faria, Expresso, E, 22/01/2016]

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