25.9.15

Sobre Departamento de Especulações, de Jenny Offill





«A escrita angustiante (mas por vezes divertida) de Offill insinua-se, não revela, é mantida sob controlo mesmo quando tudo parece desmoronar-se, e é aqui que a sua ironia se faz sentir de vez em quando. Ao não dar um sentido óbvio aos fragmentos, transcende o seu próprio sentido, e nisto (sobretudo quando narra pequenas histórias de meia dúzia de linhas) assemelha-se à escrita de Lydia Davis, como neste exemplo: “No parque infantil, uma mulher explica o seu dilema. Encontraram finalmente uma moradia de três andares com jardim, em óptimo estado, num bairro encantador e longe de escolas problemáticas. Mas agora ela conclui que perde grande parte do dia a procurar num dos pisos objectos que na realidade deixou num dos outros dois.”
Jenny Offill, que ensina escrita criativa em várias universidades norte-americanas, conseguiu com Departamento de Especulações ultrapassar as “regras”, repetidas quase até à exaustão, da mais recente ficção americana, e escreveu um romance singular difícil de classificar.» [José Riço Direitinho, Público, ípsilon, 25-09-2015]

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