29.8.14

Sobre Crónicas do Mal de Amor, de Elena Ferrante





«O leitor acompanha essa mutação, desde o acto transformador — o aparente suicídio de uma mulher de 60 anos contado pela filha, o sentimento de abandono e traição de uma mulher que se achava no casamento-tão-perfeito-quanto-pode-ser-um-casamento, ou a sensação de liberdade de uma mãe na consciência ferida por um acidente, o alívio de não ter as filhas por perto, o peso de um amor que sente tê-la castrado de si mesma. O que isso lhe desperta é mais uma vez da ordem do não muito bem visto pela sociedade burguesa que gere os costumes. Em cada uma destas histórias, o narrador é uma mulher, um “eu” que se apropria dos acontecimentos no modo como transmite a sua versão. E é esse íntimo incómodo que interessa a Ferrante e a coloca a par de outras escritoras que sondam os limites da dimensão humana e, em particular, do feminino, em monólogos sobre a sobrevivência e a luta entre a moral e o individual, o doméstico e o exterior, a sexualidade e o pudor.» [Isabel Lucas, Público, ípsilon, 29-8-2014]
 
Texto completo aqui.

Sem comentários:

Enviar um comentário