16.7.14

Enredos, de Rui Nunes, no Expresso




 

«Se olharmos para Enredos a partir dos livros finais, não só reconhecemos a voz de Rui Nunes – um tom despojado único na literatura portuguesa – como o início do tal processo de implosão dos códigos narrativos. (…) A atmosfera saturada do livro, em que Portugal impõe o seu peso de pátria putrefacta, conduz-nos por fim à terceira parte, “Laços Patrióticos”, que é talvez o mais devastador retrato alguma vez feito de Salazar. O “ditador” senil dá couves aos coelhos, “verte as águas onde lhe apraz”, cai da cadeira, e encena diante de nós o espectáculo da sua decadência, que tem tanto de burlesco (quando se põe de gatas na carpete, à procura de uma imaginária rã) como de trágico.» [José Mário Silva, Expresso, Atual, 12-7-2014]

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