28.4.14

A chegar às livrarias: Contos de Tchékhov, volumes VIII e IX





Este volume VIII reúne 28 contos de Tchékhov, de «Flores Tardias» a «O Sangue Frio».
Como disse Nabokov, nas personagens de Tchékhov «não existe uma mensagem social ou ética directa». São pessoas «capazes de sonhar, mas incapazes de governar», «tolas, fracas, fúteis, histéricas».
«Deixavam escapar as ocasiões, evitavam agir, não dormiam à noite inventando mundos que não sabiam construir; mas a própria existência destas pessoas, cheias de uma abnegação apaixonada e fervorosa, de pureza espiritual, de elevação moral, o simples facto de estas pessoas terem vivido e talvez ainda viverem hoje, algures, na implacável e reles Rússia actual é uma promessa de futuro melhor, para todo o mundo, porque, de todas as leis da natureza, a mais maravilhosa é talvez a da sobrevivência dos mais fracos.»





«Tomando a forma de médico, de estudante, de mestre-escola e de gente de muitos outros ofícios, é este o ser humano que atravessa todos os contos de Tchékhov.
O que mais irritava os seus críticos politizados era o facto de este tipo não pertencer a um qualquer partido político determinado e de o autor não o ter dotado de um programa político bem definido. Aqui é que bate o ponto. Os ineficazes intelectuais de Tchékhov não eram terroristas nem social-democratas, nem futuros bolcheviques, nem nenhum dos inúmeros membros dos inúmeros partidos revolucionários da Rússia. O importante é que o herói típico tchekhoviano é um azarento defensor da verdade humana universal, indefinida mas bela, um fardo que é incapaz de suportar e que também não pode alijar. O que vemos em todos os contos de Tchékhov é um contínuo tropeçar, mas quem tropeça é sempre alguém que se distrai a olhar para as estrelas.» [Vladimir Nabokov]

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