27.11.13

A chegar às livrarias: Ulisses, de James Joyce





Ulisses é um romance de referências homéricas, que recria um dia de Dublin, a quinta-feira de 16 de Junho de 1904, o mesmo em que Joyce conheceu Nora Barnacle, a jovem que viria a ser sua mulher.
Nesse único dia e na madrugada que se lhe seguiu, cruzam-se as vidas de pessoas que deambulam, conversam, tecem intrigas amorosas, viajam, sonham, bebem e filosofam, sendo a maior parte das situações construídas em torno de três personagens. A principal é Leopold Bloom, um modesto angariador de publicidade, homem traído pela mulher, Molly, e, de modo geral, o contrário do heróico Ulisses de Homero.
Joyce começou a escrever esta obra em 1914, recorrendo às três armas que dizia restarem-lhe, «o silêncio, o desterro e a subtileza».
Depois de várias dificuldades editoriais, Ulisses seria publicado pela Shakespeare & Company, em Paris, em 1922, no dia de aniversário de Joyce.


«Mais do que a obra de um só homem, Ulisses parece de muitas gerações (…). A delicada música da sua prosa é incomparável.» [J. L. Borges, James Joyce, 1937]

«As grandes obras em prosa do século xx são, por esta ordem, o Ulisses de Joyce; A Metamorfose de Kafka; Petersburgo de Béli, e a primeira metade do conto de fadas Em Busca do Tempo Perdido de Proust.» [Vladimir Nabokov]

A chegar às livrarias: O Nome Negro, de António Carlos Cortez






«Em António Carlos Cortez a poesia é sempre em tom maior […]. Diria que entre a nova poesia portuguesa só Daniel Faria triunfou neste modo de expressão.
[…] Em todos os sonetos Cortez se apresenta denso e enigmático, apostado menos no quotidiano do que na transfiguração verbal, essa que tantos tentam e na qual quase todos fracassam.» [Pedro Mexia, Diário de Notícias, 4-6-2004]

26.11.13

A chegar às livrarias: Antigo Testamento (Génesis, Êxodo e Cântico dos Cânticos), com ilustrações de Marc Chagall





Marc Chagall começou a ilustrar a Bíblia em 1930, no que se tornaria o projecto da sua vida. Nas décadas seguintes produziu mais de cem gravuras em guache, aguarela, litografias e pinturas a óleo que exprimem a sua apaixonada exploração dos temas bíblicos.
Este livro reúne os melhores trabalhos da série bíblica de Chagall, fundindo-os com as histórias do Antigo Testamento que os inspiraram.

22.11.13

Sherlock Holmes, a melhor série policial





A Crime Writer’s Association elegeu Sherlock Holmes, de Arthur Conan Doyle, a melhor série policial. Agatha Christie foi eleita a melhor escritora e O Assassinato de Roger Ackroyd a melhor obra.
Em 2006, a Relógio D’Água publicou Onze Aventuras de Sherlock Holmes, com ilustrações de Sidney Paget, selecção de Ana Teresa Pereira e tradução de Paulo Faria.

20.11.13

Sobre A Viúva e o Papagaio, de Virginia Woolf





Este conto esconde outra grande história. A história de Quentin Bell e do seu irmão, os sobrinhos de Virginia Woolf, e do jornal que faziam todos os dias para a família, quando Quentin tinha doze ou treze anos. Um jornal que incluía ilustrações, reportagens, entrevistas e uma enorme quantidade de artigos, quase como um verdadeiro jornal. Anos mais tarde, Quentin descreveria as visitas da sua tia Virginia como «uma cálida brisa vinda de sudoeste, que nos enchia de uma espécie de espantosa energia». Naturalmente, como era escritora, as crianças pediram-lhe uma colaboração para o seu jornal. O resultado foi «A Viúva e o Papagaio», um conto infantil sobre o amor aos animais, que a sua tia fez especialmente para esta ocasião.

19.11.13

Sobre Cansaço, Tédio, Desassossego, de José Gil






No programa Livro do Dia de 19 de Novembro na TSF, Carlos Vaz Marques falou sobre Cansaço, Tédio, Desassossego, de José Gil.
O programa pode ser ouvido aqui.

18.11.13

Paulo Faria entrevista Don DeLillo


 

Paulo Faria, tradutor de várias obras de Don DeLillo, entre as quais Cosmópolis, O Corpo enquanto Arte, O Homem em Queda e Submundo, entrevistou o escritor americano, que se encontra em Portugal para o lançamento de Libra e para participar no júri do Lisbon & Estorial Film Festival.
No suplemento ípsilon do Público de 15 de Novembro lia-se: «Chego ao hotel antes da hora marcada e encontro-o sentado numa poltrona, a ler um velho exemplar de Libra (1988). Com o riso no olhar, diz-me que se está a preparar para a entrevista. É um homem extremamente calmo, que fala em voz pausada, sem grandes gestos. Tem um humor subtil e contido, um riso silencioso. Acolhe as perguntas com bonomia e não se apressa a responder. Do seu corpo frágil irradia uma imensa impressão de energia criativa.»

A chegar às livrarias: A Porta Secreta, de Ana Teresa Pereira





«— Gostava imenso de visitar a Quinta — observou a Sara.
— Não está aberta ao público — disse a mãe. — Nem sequer aos turistas. Não percebo porquê.
— Mas não vive ninguém na velha casa?
— Não, pertence a uma família inglesa que raramente vem cá. Creio que tem muitos móveis antigos, objetos de arte e quadros.
— Como um museu… — comentou a Sara.
— Se fosse um museu poderíamos visitá-la — disse o Miguel, com uma certa irritação na voz.
— Talvez se decidam a abri-la aos visitantes.
— Talvez — disse o Miguel, como se não quisesse falar mais no assunto.»

A chegar às livrarias: Amok, de Stefan Zweig





Amok é um termo retirado da cultura indonésia e significa «lançar-se furiosamente na batalha». As pessoas afetadas por este estado psíquico têm ataques de fúria cega e procuram aniquilar os que consideram seus inimigos e qualquer pessoa que se interponha no caminho, sem consideração pelo perigo que correm.
O narrador conta a sua viagem de Calcutá para a Europa a bordo do Oceânia. Num passeio noturno na coberta do navio, encontra um médico preocupado e assustado e que evita qualquer contacto social. Este vai contar-lhe o que o levou a uma relação obsessiva com uma mulher que o colocou em estado de amok.
«Amok (…) é o inferno da paixão no fundo do qual se retorce, queimado mas eliminado pelas chamas do abismo, o ser essencial, a vida oculta.»

15.11.13

Sobre o centenário de Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust





«Durante muito tempo fui para a cama cedo. Por vezes, mal apagava a vela, os olhos fechavam-se tão depressa que não tinha tempo de pensar: “Vou adormecer.” E, meia hora depois, era acordado pela ideia de que era tempo de conciliar o sono; queria poisar o volume que julgava ter nas mãos e soprar a chama de luz; dormira, e não parara de reflectir sobre o que acabara de ler, mas tais reflexões haviam tomado um aspecto um tanto especial; parecia-me que era de mim mesmo que a obra falava…»
«Em 2003, Pedro Tamen (n. 1934) traduzia desta forma para português as palavras que Marcel Proust vira finalmente impressas no dia 14 de Novembro de 1913. Du Coté de Chez Swann (Do Lado de Swann, ed. Relógio D’Água) saía em edição de autor com o selo da então jovem editora Grasset, após várias recusas, uma delas, histórica, a da NRF/Gallimard, com parecer negativo de André Gide (1869-1951, Nobel em 1947), o mesmo que, depois de ler a obra publicada reconsiderou e chamou “extraordinário” a Proust. Foi há cem anos. Há dez, Portugal tinha uma tradução à altura.» [Isabel Lucas, Público, ípsilon, 8-11-2013]





«Estamos a 14 de Novembro de 1913 quando é publicado, em França, o primeiro volume de uma obra que hoje tem lugar obrigatório em qualquer lista dos livros mais importantes desde o fim do século XIX: Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust.
Iniciado por volta de 1908-1909, o primeiro tomo da série tem por título “Do Lado de Swann”. Seguir-se-iam outros seis (“À Sombra das Raparigas em Flor”, “O Lado de Guermantes”, “Sodoma e Gomorra”, “A Prisioneira”, “A Fugitiva” e “O Tempo Reencontrado”), escritos durante 14 anos e publicados até 1927, os três últimos postumamente.
Pode dizer-se que Marcel Proust (1871-1922) viveu e morreu para escrever esta obra monumental, que o consumiu. (…)
Os sete livros falam de tudo e mais alguma coisa. De amor, de ciúme, de inveja, de sexualidade (homossexualidade, sobretudo), de arte, de música, numa panóplia de personagens e abordagens que formam um excelente fresco da sociedade francesa do fim do século XIX. Por toda a obra, a grande questão: a passagem do tempo, o implacável tempo, que mina todos os sentimentos, até o amor.» [José Cardoso, Expresso, Revista, 9-11-2013]

14.11.13

Oferta de um convite duplo para o filme na compra de O Conselheiro



 

Os primeiros 28 leitores da área da Grande Lisboa e os primeiros 6 da área do Grande Porto que adquirirem no nosso site o livro O Conselheiro, de Cormac McCarthy, terão direito a um bilhete duplo para o filme de Ridley Scott.
Os bilhetes são, respectivamente, para o Cinema UCI do El Corte Inglés e para o UCI do Arrábida 20, e em ambos os casos para as 21h30 de 20 de Novembro.
Os convites serão enviados conjuntamente com o livro, que, no caso da Grande Lisboa, poderá ser levantado nas instalações da Relógio D’Água na Rua Sylvio Rebelo, n. 15, em Lisboa (esta última hipótese deverá ser indicada no acto da encomenda).

13.11.13

A chegar às livrarias: Antologia Poética, de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis







«Pessoa morreu em 30 de Novembro de 1935, de uma “cólica hepática” no hospital particular de São Luís dos Franceses no Bairro Alto, então um dos melhores de Lisboa. Antes de entrar em coma escreveu a lápis num papel: “I know not what tomorrow will bring.
Deixava dispersa uma obra já ampla em poesia e prosa e amigos que reconheciam ou suspeitavam o seu génio por entre o alheamento do público.
O previsível Diário de Notícias falou da morte “de um grande poeta de Portugal” numa referência à Mensagem e a Presença dedicou-lhe um número especial.
Foi lentamente que a sua dimensão emergiu da mítica arca que legou à posteridade, e que, irradiando o enigmático fascínio dos seus textos, deu aos críticos o que em vão Joyce pediu para o seu Finnegans Wake, ou seja, trabalho para várias gerações.» [Do Prefácio]

A chegar às livrarias: A Potência do Pensamento, de Giorgio Agamben





Reúnem-se, neste livro, conferências e ensaios escritos por Giorgio Agamben entre 1979 e 2004. Os temas vão desde questões relacionadas com a linguagem até aos históricos e os relativos à potência do pensamento.
O título A Potência do Pensamento é retirado de uma conferência efectuada em Lisboa em 1987 e que permanecera inédita até à publicação em livro em 2005.

12.11.13

A chegar às livrarias





Numa respeitável pensão familiar na Côte d’Azur, no início do século XX, ocorre um escândalo. Madame Henriette, esposa de um dos hóspedes, foge com um jovem que ali passara apenas um dia.
Todos se unem na condenação da imoralidade de Madame Henriette. Só o narrador, com a ajuda de uma idosa dama inglesa, procura compreender o que se passou. Será ela a explicar-lhe, numa longa conversa, as apaixonadas recordações que este episódio lhe suscitou.





Um romancista vienense em voga toma conhecimento, ao ler o seu correio, de que uma mulher o ama secretamente, com um amor absoluto e que dura há vários anos.
Intrigado, o escritor apercebe-se de que essa paixão surgiu numa rapariga de apenas 13 anos, quando ele próprio tinha 25, e que continua na mulher já adulta.
É uma paixão que vive do mistério e tem aspetos obsessivos e perversos, e uma tendência para a autodestruição.

7.11.13

Sobre Fausto, de Fernando Pessoa





«Para além de Goethe, vários foram os escritores que revisitaram o mito de Fausto: Pushkin, Valéry, Thomas Mann. Fausto, Tragédia Subjectiva de Fernando Pessoa é narrado na primeira pessoa. O conjunto do drama representa a luta entre a inteligência e a vida em que a inteligência é sempre vencida. A inteligência é representada por Fausto, e a vida por diversas personagens, segundo as circunstâncias do drama. Na presente edição de Teresa Sobral Cunha, Eduardo Lourenço escreve no prefácio sobre esta obra de ambição fáustica: “à sombra tutelar de Goethe, a aventura consignada nestes fragmentos calcinados e luminosos converteu Fernando Pessoa no Fausto de si mesmo.”» [Agenda Cultural de Lisboa]

6.11.13

Sobre Slavoj Zizek





Sobre Slavoj Zizek pôde ler-se um extenso dossiê no jornal i de 2 de Novembro de 2013. Nuno Ramos de Almeida considera que Zizek nos fala de «um capitalismo que produz desempregados como condição da sua sobrevivência e progresso dos seus lucros. A erupção de movimentos diversos em 2012: os populistas e os emancipatórios. A ideia de um capitalismo em que a crise permanente é a garantia da sua autoperpetuação e a hipótese comunista como momento de redenção, em que, como defendia Walter Benjamin, não só se conquista o futuro como, e sobretudo, se consegue redimir todas as lutas falhadas do passado.»

5.11.13

A chegar às livrarias: As Longas Tardes de Chuva em Nova Orleães, de Ana Teresa Pereira




 
«Estava cansada e a audição para o papel de Stella correu mal. Levantara-se da cadeira e recolhia as suas coisas, quando o encenador lhe perguntou:
— Não quer ler o papel de Blanche?
Blanche era sempre interpretada por actrizes mais velhas. Mas a personagem tinha uns trinta anos. Pegou nas páginas impressas e respirou fundo. Em Nova Orleães havia dois eléctricos, um chamado Desire e o outro Cemeteries. Para chegarmos ao nosso destino, tínhamos de passar do primeiro para o segundo.»

Jaime Rocha finalista do Grande Prémio de Romance e Novela 2012 da APE



 

A Associação Portuguesa de Escritores anunciou os cinco finalistas do Grande Prémio de Romance e Novela, atribuído no ano passado a Ana Teresa Pereira, por O Lago.
Jaime Rocha é um dos finalistas, com a obra A Rapariga sem Carne. Os outros finalistas são Afonso Cruz, Alexandra Lucas Coelho, Mário de Carvalho e Patrícia Portela.
O júri, presidido por José Correia Marques e constituído por Ana Marques Gastão, Clara Rocha, Isabel Cristina Rodrigues, Luís Mourão e Manuel Gusmão, divulgou que os finalistas foram escolhidos «por unanimidade».

A Relógio D'Água na Ler de Novembro de 2013





Na revista Ler de Novembro, em «Livros na Estante», é feita referência à publicação de Ode Marítima, de Álvaro de Campos, «com denso e iluminado posfácio de José Gil», e também de O Ano em Que Sonhámos Perigosamente, de Slavoj Zizek, afirmando-se que «no “deserto da pós-ideologia”, o discurso hiperideológico e caótico do pensador esloveno é muito bem-vindo».

 

4.11.13

Alice Munro na revista Ler




 

No artigo de José Riço Direitinho na Ler de Novembro de 2013 sobre a atribuição do Prémio Nobel à escritora canadiana Alice Munro pode ler-se: «Alice Munro criou uma espécie de território mítico onde quase todas as suas histórias têm lugar, a que, e à semelhança da geografia faulkneriana, se poderia chamar “Condado de Munro”. Este universo valeu-lhe o Nobel. Chamar-lhe “mestra do conto” é muito pouco.»

Na mesma revista, na crónica de José Mário Silva, que foi um dos críticos que contribuíram para a divulgação da obra da autora ao longo dos últimos anos, diz-se: «Uma leitura menos voraz revela, porém, maravilhosas subtilezas que agitam as histórias pela calada, subterraneamente, iluminando os textos por dentro. É uma sofisticação rara, em surdina, que sabe conferir o peso certo a uma angústia, a uma perda, a uma epifania (por exemplo, a noção de que a vida se perdeu ou desviou, algures, apagando possibilidades que um gesto, muitos anos mais tarde, pode evocar sem aviso).
Que o Nobel premeie uma escritora assim é causa de desalento para alguns. Eu, pela minha parte, rejubilo.»

A chegar às livrarias: Agenda Relógio D'Água 2014





A agenda Relógio D’Água de 2014 é dedicada a poetas traduzidos.
Fá-lo através de poemas e biografias de Walt Whitman, W. B. Yeats, Pablo Neruda, Baudelaire, R. M. Rilke, Wisława Szymborska, Emily Dickinson, Wallace Stevens, Sylvia Plath, Arthur Rimbaud, T. S. Eliot, Konstandinos Kavafis e Federico García Lorca.
Os poemas escolhidos são acompanhados de fotografias, de capas e outras ilustrações que procuram descrever o trajecto dos autores e recriar a época em que viveram.
Mesmo continuando a referir apenas poetas que não escrevem em português, temos ainda no nosso catálogo, e sempre em edições bilingues, Verlaine, Mallarmé, Hölderlin, Blake, Wordsworth, Byron, Shelley, Elizabeth Barrett Browning, Dante Alighieri, Óssip Mandelstam, Marina Tsvetáeva, Akhmatova, Juan Ramón Jiménez, César Vallejo, Yorgos Seferis, Auden, Hart Crane, Edgar Lee Masters, John Ashbery, Seamus Heaney, Heiner Müller, Gottfried Benn, Pierre Louÿs, Cocteau, Henri Michaux, René Char, Apollinaire, Paul Éluard, Wilfred Owen, Ted Hughes e Tomas Tranströmer.


1.11.13

Sobre O Ano em Que Sonhámos Perigosamente, de Slavoj Zizek





No programa Livro do Dia de 30 de Outubro, na TSF, Carlos Vaz Marques falou sobre O Ano em Que Sonhámos Perigosamente, de Slavoj Zizek.
O programa pode ser ouvido aqui.