13.8.13

Sobre «Lolita», de Vladimir Nabokov


No seu blog buzzlit, Helena Vasconcelos escreve sobre Lolita, de Vladimir Nabokov:

«“Lolita ou A Confissão de um Viúvo de Raça Branca”, de Vladimir Nabokov, conhece agora uma reedição em português com uma excelente tradução de Margarida Vale de Gato, que também assina um interessantíssimo Posfácio.
Passei muito tempo da minha vida às voltas com este romance e incluí-o várias vezes nas listas das Comunidades de Leitores. (…)

Essa América extremamente jovem – e também imatura – “sexy”, caprichosa e fascinante está perfeitamente personificada na ninfeta Lolita, criação do famoso escritor russo-americano, Vladimir Nabokov. A menina que enfeitiça o europeu Humbert Humbert até ao crime, é por ele possuída – literal e metaforicamente – como uma forma de “agarrar” (violando, tomando como presa) uma projecção da infância e de dar largas a uma sinistra nostalgia da beleza e juventude que o arrasta para as maiores perfídias. Essa “luz” incandescente (em torno da qual as mariposas queimam as suas asas na linguagem fitzgeraldeana) é aquela que o próprio Fitzgerald, Hemingway, James e Wharton levaram para a Europa. Nabokov fez o percurso contrário, naturalmente, e imprimiu uma nova dinâmica – alguns chamar-lhe-ão perversa – ao “glamour” ofuscante que o precedera, juntando a marca indelével da imagem – o cinema na literatura – e a nostalgia de um outro paraíso, em que liberdade é sinónimo de fora-da-lei, na viagem pela América dos dois amantes amaldiçoados.»


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