29.8.13

Filho de Deus no Festival de Veneza





James Franco realizou Child of God, adaptação cinematográfica da obra homónima de Cormac McCarthy, que a Relógio D’Água editou em 1994 com tradução de Paulo Faria.
O filme, com Scott Haze, Jim Parrack, Tim Blake Nelson e também James Franco, é sobre um serial killer do Tennessee nos anos 60, e está em competição no Festival de Veneza.

27.8.13

Zona de Caça, de Jaime Rocha, tem edição francesa






Zona de Caça, de Jaime Rocha, que a Relógio D’Água editou em 2002, foi agora publicado em francês, em edição bilingue, pela editora Al Manar, que já editou também Extermination.
Zona de Caça faz parte de uma tetralogia, composta também por Os Que Vão Morrer, Lacrimatória e Necrophilia, quatro títulos editados pela Relógio D’Água.

26.8.13

Sobre Uma Antologia Improvável, org. de Vanda Anastácio





«Nas suas mais de 600 páginas, Uma Antologia Improvável inclui muitas surpresas, novidades e subtilezas. (…) Vanda Anastácio optou por um “roteiro para entender a escrita das mulheres”, que funcionasse como um manual sobre os modos de actuar num meio que lhes está formalmente vedado (o primeiro capítulo do livro inclui discursos masculinos sobre a condição feminina; o segundo, dedicado a polémicas e querelas, apresenta trocas de opiniões entre homens e mulheres sobre o papel da mulher). (…) Uma Antologia Improvável é uma janela que se abre sobre as 1001 mulheres que escreveram sobre as 1001 noites da condição feminina portuguesa.» [Rui Catalão, Público, ípsilon, 23-08-2013]

22.8.13

Sobre Uma Antologia Improvável, org. de Vanda Anastácio





«Trata-se de uma colecção de textos dos séculos XVI a XVIII, obra colectiva na qual colaboram Inês de Ornellas e Castro, José Félix Duque, Pedro Sena-Lino, Isabel Morujão e Hugo Neto. O volume divide-se em quatro partes: o discurso masculino; polémicas; discursos femininos; roteiro bibliográfico. Salvo a primeira, centrada no silêncio das mulheres, as outras dividem-se em capítulos dedicados a itens autónomos: igualdade vs desigualdade; ficção; epistolografia; poesia, etc. A ortografia foi actualizada. Textos em latim e castelhano foram publicados no original seguido de tradução. Dezenas de notas contextualizam o corpus coligido. Um belo acervo e, doravante, obra de referência.» [Eduardo Pitta, blogue Da Literatura, sobre recensão publicada na Sábado de 14/08/013]

20.8.13

A chegar às livrarias: Henrique IV, Parte I e Parte II, de William Shakespeare





«Sir John Falstaff, criado em Henrique IV Parte I, mantido em Henrique IV Parte II e feito personagem central, diz-se que a pedido da rainha Isabel I, em As Alegres Comadres de Windsor, tornou-se de facto uma das mais célebres figuras da imensa galeria dramática de Shakespeare. A grande popularidade das duas partes de Henrique IV deve-se principalmente a esta personagem, tendo em inícios do século XVII o seu nome chegado mesmo a substituir o nome do Rei no título das peças. Falstaff é uma daquelas raras personagens literárias que adquirem vida própria, concentrando em si as atenções e subalternizando nesse processo os textos de onde provêm, sendo vários os testemunhos de encenações, nos séculos XVIII e XIX, que desvalorizam a acção e as personagens históricas da peça em função do relevo dado à principal personagem cómica. Outro sinal desta projecção de Falstaff para fora dos seus limites literários consiste na aglutinação de cenas das peças onde ele intervém de molde a construir uma outra obra onde ele é personagem principal, como acontece com a ópera Falstaff, de Verdi, ou com o filme Chimes at Midnight (intitulado Falstaff em Inglaterra), de Orson Welles.» [Da Introdução de Gualter Cunha]
 


 

«A atenção prestada em Henrique IV Parte II ao quotidiano popular articula-se com a maior importância adquirida pela figura de Falstaff, quando comparada com a sua presença em cena na Parte I. Como é afirmado num texto crítico recente, nas cenas de Falstaff, Shakespeare «dramatiza uma história social da outra Inglaterra — com as suas tabernas, os seus bordéis e as suas quintas» (Bulman 169). No que respeita a tabernas e bordéis, a primeira parte já nos tinha dado a imagem de uma vida social, centrada na figura de Falstaff, caracterizada pela venalidade e pela libertinagem, mas que ao mesmo tempo era equilibrada pela representação de um mundo despreocupado e folgazão, por vezes carnavalesco, numa espécie de projecção imaginária de uma velha e alegre Inglaterra, uma “merry England” que épocas mais recentes tendem a vislumbrar no período isabelino mas que, enquanto imaginário de um tempo sempre passado, Shakespeare localiza aqui no período de Henrique IV, cerca de dois séculos antes do seu próprio tempo. Nesta segunda parte, contudo, deixa de se notar aquele equilíbrio, com os pratos da balança a penderem agora para a apresentação de um mundo que mais aparece como um submundo.» [Da Introdução de Gualter Cunha]

16.8.13

Sobre Tojo – Poemas Escolhidos, de Miguel-Manso


No ípsilon de 16 de Agosto, António Guerreiro escreve sobre Tojo – Poemas Escolhidos, de Miguel-Manso.




«Há um poema breve neste volume de poemas escolhidos, proveniente do livro Quando Escreve Descalça-se (Trama, 2008) que vale como um programa e um ensaio de auto-interpretação. Chama-se agora Palco (foi originalmente Proscénio) e diz apenas isto: “o poema é antes de tudo/ um palco para gestos simples/ eu rego as flores de Junho”. Gestos simples postos em cena, coreografados, representados, elevados a um estado de apoteose que prescinde, no entanto, de gestos enfáticos ─ eis uma descrição verosímil da poesia “espectacular” de Miguel-Manso.»


13.8.13

Sobre «Lolita», de Vladimir Nabokov


No seu blog buzzlit, Helena Vasconcelos escreve sobre Lolita, de Vladimir Nabokov:

«“Lolita ou A Confissão de um Viúvo de Raça Branca”, de Vladimir Nabokov, conhece agora uma reedição em português com uma excelente tradução de Margarida Vale de Gato, que também assina um interessantíssimo Posfácio.
Passei muito tempo da minha vida às voltas com este romance e incluí-o várias vezes nas listas das Comunidades de Leitores. (…)

Essa América extremamente jovem – e também imatura – “sexy”, caprichosa e fascinante está perfeitamente personificada na ninfeta Lolita, criação do famoso escritor russo-americano, Vladimir Nabokov. A menina que enfeitiça o europeu Humbert Humbert até ao crime, é por ele possuída – literal e metaforicamente – como uma forma de “agarrar” (violando, tomando como presa) uma projecção da infância e de dar largas a uma sinistra nostalgia da beleza e juventude que o arrasta para as maiores perfídias. Essa “luz” incandescente (em torno da qual as mariposas queimam as suas asas na linguagem fitzgeraldeana) é aquela que o próprio Fitzgerald, Hemingway, James e Wharton levaram para a Europa. Nabokov fez o percurso contrário, naturalmente, e imprimiu uma nova dinâmica – alguns chamar-lhe-ão perversa – ao “glamour” ofuscante que o precedera, juntando a marca indelével da imagem – o cinema na literatura – e a nostalgia de um outro paraíso, em que liberdade é sinónimo de fora-da-lei, na viagem pela América dos dois amantes amaldiçoados.»


12.8.13

A Relógio D’Água na Imprensa


No suplemento Atual de 10 de Agosto, Pedro Mexia faz a crítica de animalescos de Gonçalo M. Tavares.
«O título é todo um programa, e a capa, uma reprodução de Bacon, também. Tavares estudou o “mal” enquanto categoria histórico-filosófica em obras como a tetralogia “O Reino”; mas animalescos mostra “o mal” como condição, numa sequência de cenas medonhas: doentes psiquiátricos que abrem literalmente a cabeça, pedintes que comem moedas, cães despedaçados por urubus, miúdos criados como bestas, hospitais atacados por predadores, filhos que enterram vivo um pai esquizofrénico, médicos que dão marteladas aos seus pacientes.»




«Quando a New Yorker escreveu que em Gonçalo M. Tavares “a lógica pode servir eficazmente tanto a loucura como a razão”, definiu, por antecipação, este livro inquietante e feroz.»


Nas Escolhas saídas no mesmo suplemento do Expresso a escritora e tradutora Tânia Ganho destaca cinco livros, entre os quais O Mar, o Mar, de Iris Murdoch e Fugas, de Alice Munro.