31.5.13

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 2 de Junho de 2013



 

Portugal, Hoje, de José Gil

Obra Completa, de António Gedeão

O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald

Contos (vol. I), Tchékhov

Contos, dos Irmãos Grimm




«A arte de F. Scott Fitzgerald era demasiado requintada e a sua ironia demasiado subtil para o grande público. E no entanto, um editorial do New York Times, publicado após a sua morte, dizia que “ele era melhor do que pensava, pois foi, quer no plano dos factos quer no plano literário, o inventor de uma ‘geração’”.» [Anthony Burgess]

Feira do Livro de Lisboa: Sessões de Autógrafos, 1 de Junho de 2013





Sábado, 1 de Junho, às 17h, José Gil estará no pavilhão A83 para autografar Portugal, Hoje e outras obras.

 


Sábado, 1 de Junho, às 18h, Hélia Correia estará no pavilhão A83 para autografar os seus livros A Chegada de Twainy, Adoecer e A Terceira Miséria, e outros.

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 1 de Junho de 2013



 

Errata, de George Steiner

De Olhos Abertos, de Marguerite Yourcenar

Canções Mexicanas, de Gonçalo M. Tavares

Do Lado de Swann, de Marcel Proust

As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain

 

Este livro pode ser interpretado como uma simples história sobre as aventuras de um rapaz no Vale do Mississípi durante a segunda metade do século XIX. Mas a diversidade da experiência humana e as situações humorísticas e dilacerantes por que passa Huck fazem dele uma obra ímpar.

No meio dos mais diversos episódios a solidão faz com que Huck receie não fazer parte do mundo. Mas a solidão é-lhe necessária para sentir a liberdade ou pelo menos, usando a expressão de Harold Bloom, «para não renunciar ao desejo de uma permanente imagem de liberdade».

Novidade: A Dominação Masculina, de Pierre Bourdieu





A dominação masculina está de tal modo inserida no nosso inconsciente que deixámos de nos aperceber dela.
A descrição etnográfica da sociedade cabila, expressão cristalizada do inconsciente mediterrâneo, fornece um instrumento poderoso para pôr em causa as evidências e analisar as estruturas simbólicas desse androcentrismo que persiste nos homens e mesmo nas mulheres dos nossos dias.
Mas a descoberta da persistência dessas estruturas coloca o problema de saber quais são os mecanismos e as instituições, família, Igreja, Escola, Estado, que asseguram a sua reprodução, e suscita a interrogação: será possível neutralizá-las para libertar as forças de mudança?

De A Descoberta do Mundo, de Clarice Lispector





«Meu pai acreditava que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de mar. E nunca fui tão feliz quanto naquelas temporadas de banhos em Olinda, Recife. (…)O cheiro do mar me invadia e me embriagava. As algas boiavam. Oh, bem sei que não estou transmitindo o que significavam como vida pura esses banhos em jejum, com o sol se levantando pálido ainda no horizonte. Bem sei que estou tão emocionada que não consigo escrever. O mar de Olinda era muito iodado e salgado. E eu fazia o que no futuro sempre iria fazer: com as mãos em concha, eu as mergulhava nas águas, e trazia um pouco do mar até minha boca: eu bebia diariamente o mar, de tal modo queria me unir a ele.»
[Clarice Lispector, in A Descoberta do Mundo]


Por acordo com a editora Relógio D’Água, o Ípsilon vai publicar nove crónicas de Clarice Lispector, ou seja, uma por semana durante a Exposição que lhe é dedicada na Fundação Calouste Gulbenkian. Os textos são extraídos de A Descoberta do Mundo.
Hoje, 31 de Maio, foi publicada «Banhos de Mar», de que acima se transcreve um excerto.

Lydia Davis, vencedora do Man Booker International Prize 2013


Sobre Moby Dick de Herman Melville





«Mas Ahab, quando se dirige à tripulação apelando para que o ajudem na sua demanda vingativa de caçar e matar a invencível Moby Dick, a branca baleia-leviatã, consegue reunir todos à sua volta, incluindo Starbuck, o relutante primeiro-oficial. Independentemente do grau da sua culpa (a escolha da tripulação era livre, ainda que apenas a recusa geral pudesse detê-lo), é melhor pensar no capitão do Pequod como num protagonista trágico, muito próximo de Macbeth e do Satanás de Milton. Na sua obsessão visionária, Ahab tem em si algo de quixotesco, apesar de a sua dureza não ter nada em comum com o espírito de jogo do Quixote.» [Harold Bloom sobre Moby Dick de Herman Melville]

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 31 de Maio de 2013



 

Elogio da Sombra, de Junichiro Tanizaki

Contos (vol. III), Tchékhov

Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector

Moby Dick, de Herman Melville

Peter Pan, de J. M. Barrie

30.5.13

Sobre O Diabo e Outros Contos, de Lev Tolstói





Reúnem-se aqui seis dos melhores contos de Tolstói. Os dois primeiros são sombrias parábolas sobre as tentações carnais. Em «O Diabo» (1889-90), um jovem não consegue resistir a uma bela camponesa com quem tivera um caso antes de se casar. Por sua vez, «O Padre Sérgui» retrata a vida de um soldado que, para resistir às tentações, se torna monge e, mais tarde, pedinte.
Dos restantes contos, destaca-se «Depois do Baile» que é, nas palavras de George Steiner, um «conto formidável», um «exemplo em que a técnica e a metafísica se tornaram inseparáveis», pois no «vocabulário de Tolstói, um baile tem ressonâncias ambíguas, é ao mesmo tempo uma ocasião de graça e elegância e um símbolo de consumada artificialidade».

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 30 de Maio de 2013




 

O Nascimento da Tragédia, de Friedrich Nietzsche

O Vermelho e o Negro, de Stendhal

Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, Clarice Lispector

O Diabo e Outros Contos, de Lev Tolstói

O Desejo de Ser Inútil, de Hugo Pratt

29.5.13

Novidade: Trabalhos de Casa, de Rogério Casanova





«(…) se lermos bem, ficaremos sempre presos à concisão elegante das frases com que conclui os ensaios, cláusulas que denunciam a arte suprema do ensaísta de qualquer tipo, como admiraremos quase sempre o modo como os começa, a estabilidade do vocabulário, o rigor das definições, as formulações lapidares privilegiadas em detrimento do arrazoado… mas, ao cabo, ficaremos sempre diante de um verdadeiro escritor no exercício difícil e arriscado da melhor forma de proceder com a inteligência.» [Do Prefácio de Abel Barros Baptista]


Este livro reúne textos de Rogério Casanova publicados na imprensa ao longo dos últimos cinco anos.

Novidade: Alucinações, de Oliver Sacks





Já alguma vez o leitor viu algo que não estava lá? Ouviu alguém chamar o seu nome numa casa vazia? Sentiu que o seguiam, mas quando se virou não encontrou ninguém?
As alucinações não pertencem apenas aos loucos. Estão mais frequentemente ligadas a falhas sensoriais, intoxicação, doença ou lesões.
Pessoas com enxaquecas podem ver arcos de luz cintilantes ou figuras liliputianas. Pessoas com falhas de visão podem, paradoxalmente, mergulhar num mundo visual alucinatório. As alucinações podem aparecer com uma simples febre ou mesmo ao acordar ou adormecer, quando as pessoas têm visões que vão desde manchas luminosas coloridas até rostos perfeitamente pormenorizados, ou mesmo seres aterrorizantes. Pessoas que estão de luto podem receber «visitas» do falecido. Em algumas condições, as alucinações podem levar a epifanias religiosas, ou mesmo à sensação de abandonarmos o nosso corpo.
O ser humano sempre procurou este tipo de visões, tendo durante milhares de anos utilizado substâncias alucinogénias para as obter. Enquanto jovem médico na Califórnia nos anos 60, Oliver Sacks teve um interesse pessoal e profissional por psicotrópicos. Neste livro, o autor reúne histórias dos seus pacientes e a sua própria experiência.


«Sacks escreve histórias de aventura, relatos de viagens ao território inexplicado do cérebro. Ao fazê-lo, revela-nos uma paisagem bastante mais estranha e complexa do que alguma vez poderíamos inferir a partir das nossas interacções diárias.» [The Sunday Times]

«Sacks é, acima de tudo, um médico que escreve com compaixão e clareza… O resultado é uma espécie de discurso humano sobre a fragilidade das nossas mentes, dos corpos que lhes dão forma, e do mundo que criam para nós.» [The Daily Telegraph]

«Oliver Sacks tornou-se o neurologista mais famoso do mundo. Os seus estudos sobre mentes debilitadas permitem uma clara compreensão dos mistérios da consciência.» [The Guardian]

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 29 de Maio de 2013



 

Viver no Fim dos Tempos, de Slavoj Zizek

Contos (vol. IV), Tchékhov

Este País não É para Velhos, de Cormac McCarthy

Middlemarch, de George Eliot

A Aventura no Vale, de Enid Blyton



«George Eliot, tal como Emily Dickinson ou Blake, e tal como Shakespeare, repensou tudo para si mesma de uma ponta a outra. Ela é o romancista como pensador (não como filósofo), e frequentemente deturpamo-la porque menosprezamos a força cognitiva que ela traz às suas perspectivas.» [Harold Bloom]

28.5.13

Lydia Davis recebe Man Booker International Prize 2013



 

«… é sempre bom ver uma grande, enormíssima escritora, tão cá de casa, receber o justo reconhecimento pelo assombroso trabalho literário que é o conjunto da sua obra.» [José Mário Silva no blogue Bibliotecário de Babel]

«Vladimir Nabokov em todo o seu esplendor.»



 

«Muito mais do que algo a que se poderia chamar banalmente uma biografia romanceada, Fala, Memória é um texto fluido que assenta numa arquitetura de grande precisão, onde se tenta a quase impossível tarefa de, como o entendeu o próprio, misturar “a verdade exata” com a “triagem artística rigorosa”. O famoso capítulo 16 (incluído com apêndice), em que Nabokov é outro que afinal é ele, apresenta-se como um exercício-chave de extraordinário brilhantismo que nos coloca perante o limite do paradoxo: o escritor/homem é apenas escrevendo(-se), para dizer, parafraseando Flaubert, “Monsieur Nabokov c’est moi”.» [Ana Cristina Leonardo, Expresso, Atual, 25-05-2013]

Manuel Teixeira-Gomes (27-05-1860/18-10-1941)







«Dado à estampa quando o autor tinha 75 anos, Novelas Eróticas é um conjunto de seis textos em que são nítidas as marcas do simbolismo decadentista então em voga. Destacaria “O Sítio da Mulher Morta”, por reunir numa peça única todas as linhas de força da obra, mas qualquer dos outros é exemplar.» [Eduardo Pitta, Sábado, 23-08-2012]

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 28 de Maio de 2013



 

Elogio da Sombra, de Junichiro Tanizaki

Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa

A Espuma dos Dias, de Boris Vian

A Metamorfose, de Franz Kafka

Contos, de Andersen

 
«O mais pungente dos romances de amor contemporâneos» [Raymond Queneau]

27.5.13

John Cheever (27-05-1912/18-06-1982)


fotografia de David L. Ryan/Landov



De John Cheever, a Relógio D’Água publicou Parece mesmo o Paraíso, Crónica de Wapshot e Bullet Park.

 
 

«Portugueses em geral e lisboetas em particular conhecem os subúrbios como dormitórios pouco aprazíveis, servidos por longas filas de trânsito e prédios a perder de vista.

A realidade norte-americana, porém, oferece um outro conceito, que teve o seu expoente na década de 50 e que colocou a classe média a sonhar com casas primorosamente decoradas cujas portas abrem para relvados aparados e automóveis brilhantes. É nessa zona de segurança familiar, longe do bulício aventureiro da metrópole, que John Cheever situa a narrativa deste Bullet Park, romance inquietante onde os laivos de cómico não chegam para afastar a crueldade que pode nascer de tanta ordem urbanística.» [Sara Figueiredo Costa, Time Out, n.º 97, Agosto de 2009]

Sobre Os Criadores da Economia Moderna, de Sylvia Nasar





Na Sábado de 23 de Maio, Isabel Lucas escreve sobre Os Criadores da Economia Moderna, de Sylvia Nasar, «autora de Uma Mente Brilhante, que aqui ensaia sobre a criação da economia enquanto ciência»: «É pela literatura e pelas suas personagens que tem início esta “História da Economia Moderna”, numa altura em que todos procuram respostas para uma crise global passando a pente fino os teóricos (…). No fim, fica uma espécie de interrogação: que nomes irão ficar associados à crise actual?»

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 27 de Maio de 2013


 
 

O Homem Que Confundiu a Mulher com Um Chapéu, de Oliver Sacks

Poesia Romântica Inglesa, de Byron, Shelley e Keats

A Paixão segundo G. H., de Clarice Lispector

O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde

Robinson Crusoe, de Daniel Defoe

24.5.13

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 26 de Maio de 2013




 

Arte da Guerra, de Sun Tzu

Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio

Pela Estrada Fora — O Rolo Original, de Jack Kerouac

Crime e Castigo, de Fiódor Dostoievski

As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift

Sessão de Autógrafos de Pedro Pita Barros na Feira do Livro de Lisboa





Domingo, dia 26 de Maio, pelas 18h, Pedro Pita Barros estará no pavilhão A83 para autografar o seu livro Pela Sua Saúde, co-edição da Relógio D’Água e da FFMS.

Sessão de Autógrafos de José Gil na Feira do Livro de Lisboa




Amanhã, 25 de Maio, sábado, às 18h, José Gil estará no pavilhão A83 para autografar Portugal, Hoje e outras obras.

Sessão de Autógrafos de Gonçalo M. Tavares na Feira do Livro de Lisboa


 


Amanhã, 25 de Maio, sábado, às 15h, Gonçalo M. Tavares estará no pavilhão A83 para autografar os seus livros Canções Mexicanas, Breves Notas e outros.

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 25 de Maio de 2013




 

Portugal, Hoje, de José Gil

Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa

Contos, de Clarice Lispector

Anna Karénina (ed. brochada), de Lev Tolstoi

Contos, de Oscar Wilde

Bob Dylan (24-05-1941)



Bob Dylan em Byrdcliff, Nova Iorque, 1968. Foto de Elliott Landy (Magnum).


«E assim foi, durante dois anos e meio lá se foram as nossas horas vagas, as férias. Metemos Dylan na cabeça como uma obsessão, como uma maldição, comprei os muitos discos que ainda não tinha, encomendei livros, passei dois anos embebido na sua música e embrenhado na leitura do que ele tinha escrito, do que se tinha escrito sobre ele e sobre a sua obra. E, agarradas às suas músicas, às suas letras, vinha o caldo a partir de onde tudo aquilo explodira: as influências literárias, musicais, cinematográficas, as musas; e, como consequência, lá estávamos nós a ler sobre poesia inglesa, baladas escocesas e irlandesas, sobre blues e lendas dos blues, a rever Fellini, Hitchcock e Scorsese. Até debruçados sobre coisas aparentemente menos do domínio das artes, como activistas políticos, gangsters, jogadores de basebol e pugilistas, pois Dylan tudo cantou, como qualquer songster que se preze.» [Pedro Serrano, co-tradutor, com Angelina Barbosa, de Canções, Vols. 1 e 2, de Bob Dylan, no sítio Sem Compromisso]

Feira do Livro de Lisboa 2013: Sessões de Autógrafos na Relógio D’Água




 

Gonçalo M. Tavares — 25 de Maio, sábado, 15h

José Gil — 25 de Maio, sábado, 18h

Pedro Pita Barros — 26 de Maio, domingo, 18h

Hélia Correia — 1 de Junho, sábado, 18h

Hélia Correia — 8 de Junho, sábado, 16h

António Barreto — 8 de Junho, sábado, 18h

Novidade: Amada Vida, de Alice Munro








Alice Munro possui um inigualável talento — o de nos transmitir de modo conciso a essência da vida. E é sob a forma de contos que o faz, de novo, em Amada Vida.
História a história, Munro destaca os momentos em que a vida é profundamente transformada por um encontro casual, uma acção não realizada, ou mesmo por um desvio no destino que faz alguém trocar o seu quotidiano ou modo de pensar.
Uma poeta, na sua primeira festa literária em território inóspito, é resgatada por um colunista de jornal, acabando por partir numa incursão pelo continente que a leva a um inesperado encontro.
Um jovem soldado, ao regressar da Segunda Guerra Mundial para os braços da sua noiva, sai na estação de comboio anterior à sua, encontrando numa quinta uma mulher com quem começa nova vida.
Uma jovem mantém um caso com um advogado casado, contratado pelo seu pai para gerir os seus bens. Quando é descoberta, encontra uma forma surpreendente de lidar com a chantagista.
Uma rapariga que sofre de insónias imagina, noite após noite, que assassina a irmã mais nova.
Uma mãe resgata a sua filha no exacto momento em que uma mulher tresloucada invade o seu quintal.

 

A maioria destas histórias ocorre no território natal de Alice Munro — as pequenas vilas em redor do Lago Huron, no Canadá — embora, por vezes, os personagens se aventurem na cidade.
Estes contos mostram-nos que — nas partidas, nos novos começos, nos acidentes, nos perigos e nos regressos, tanto imaginários como reais — o quotidiano da nossa vida pode ser tão estranho e arriscado como belo.

Fausto, de Goethe — edição brochada





«A partir de Marlowe dá-se realmente a transformação das histórias de cordel do Doutor Fausto na história trágica do homem, ainda explicitamente historizado, do Renascimento, frente às limitações que quer e vai superar. O preço da “vontade de poder” desse primeiro Fausto literário é ainda o Inferno; mas a importância de Marlowe vem-lhe do facto de ele ter realizado uma obra de rotura. Com Goethe, dois séculos mais tarde, é a grande obra de síntese que surge: a história tradicional sofre uma inflexão e uma elaboração que a faz ascender ao lugar de “tragédia” do género humano (e com isso lhe retira desde logo a possibilidade de ser uma tragédia de carácter, como mandam as leis do género na sua forma moderna). Em Goethe, Fausto assume um recorte universal, alargam-se imenso as suas potencialidades significativas e ele passa a ter, na consciência colectiva ocidental (metonímica, e talvez abusivamente, tomada por universal), a dimensão simbólica própria dos mitos.» [Da Introdução de João Barrento]

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 24 de Maio de 2013




 

Da Democracia na América, de Alexis de Tocqueville

Fausto, de Goethe

Laços de Família, de Clarice Lispector

Pais e Filhos, de Ivan Turguéniev

O Feiticeiro de Oz, de L. Frank Baum

23.5.13

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 23 de Maio de 2013





A Viagem do Beagle, de Charles Darwin

As Flores do Mal, de de Charles Baudelaire

A Estrada, de Cormac McCarthy

A Sonata de Kreutzer, de Lev Tolstói

A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson

Lydia Davis recebe Man Booker International Prize 2013



 
O Man Booker International Prize pretende distinguir o êxito na ficção mundial, e os trabalhos de Lydia Davis, apesar de frequentemente serem de poucas palavras, são de grande alcance.
O júri do prémio, constituído por Sir Christopher Ricks, Elif Batuman, Aminatta Forna, Yiyun Li e Tim Parks, declarou que trabalhos originais, filosóficos e minuciosos, por muito curtos que sejam, não são obra de indolentes, mas requerem tempo, habilidade e esforço.
Sir Christopher Ricks, presidente do júri, disse que «os seus textos abraçam ampla e agilmente muitos géneros. Como podemos classificá-los? Chamam-lhes contos, mas podiam igualmente chamar-lhes miniaturas, anedotas, ensaios, piadas, parábolas, fábulas, textos, aforismos, ou mesmo máximas, orações, ou simplesmente observações».
Em anos anteriores, o prémio distinguiu escritores como Philip Roth ou Alice Munro.

[Via themanbookerprize.com]

22.5.13

Sobre Oliver Sacks





«O especialista [Oliver Sacks] tem estudado fenómenos neurológicos relacionados com a música. Em 2007, publicou o livro Musicofilia, onde conta casos ímpares como o de um médico que é atingido por um raio e depois é reanimado e torna-se obcecado pela música, ou o de um músico britânico que sofreu uma encefalite rara, passou a ser incapaz de guardar memórias, mas continuou a conseguir tocar piano e a dirigir uma orquestra.» [Nicolau Ferreira, Público, 09-04-2013]

O último livro de Oliver Sacks, Alucinações, será publicado em breve pela Relógio D’Água.

21.5.13

A chegar às livrarias





O primeiro romance escrito em inglês por Nabokov — A Verdadeira Vida de Sebastian Knight — foi iniciado em Paris, em 1938.
Esta é a história de Sebastian Knight, um escritor famoso cuja vida e morte estão envoltas em mistério.
Depois da morte de Knight, o seu meio-irmão decide investigar-lhe a vida, enfrentando o falso, distorcido e irrelevante. A busca revela-se tão intrigante como qualquer um dos livros do escritor — desconcertante e, afinal, recompensadora.
A narrativa fala-nos da inserção de um artista numa sociedade hostil ao espírito criativo. Mas A Verdadeira Vida de Sebastian Knight debruça-se também sobre o problema essencial da ambígua identidade humana: quem era afinal Sebastian Knight?

Fausto no Teatro Nacional D. Maria II



 

Está em cena na Sala Estúdio do Teatro D. Maria II a peça Fausto, a partir das obras Fausto, de Fernando Pessoa, e Doutor Fausto, de Christopher Marlowe.
A peça tem encenação de Francisco Salgado e reconstrói, manipula e readapta ambas as obras, num espectáculo que procura encenar o contemporâneo problema da gratificação imediata e das suas consequências.
Em cena até 2 de Junho de 2013.

Arthur Conan Doyle (22-05-1859 – 07-07-1930)





Mais de um século decorreu já sobre a primeira aparição do enigmático detective Sherlock Holmes, criado por Arthur Conan Doyle em A Study in Scarlet (1887).
Este volume reúne onze dos seus contos, escolhidos por Ana Teresa Pereira. Tem ilustrações de Sidney Paget, que criou as imagens que ainda hoje associamos a Sherlock Holmes e ao seu amigo e ajudante Dr. Watson.
Cada uma destas aventuras mostra-nos as qualidades que tornaram Sherlock Holmes o mais conhecido detective de todos os tempos: a capacidade de observação, o raciocínio dedutivo e a argúcia, que são afinal os elementos essenciais do método de investigação.

 


20.5.13

Honoré de Balzac (20-05-1799—18-08-1850)





De Balzac, a Relógio D’Água publicou A Rapariga dos Olhos de Ouro e Pierrette seguido de O Padre de Tours e Sarrasine.




«… um inventário dantesco da imoralidade parisiense. A cidade é governada por dois poderes, “o ouro e o prazer”, imagens que se fundem na rapariga dos olhos de ouro. Quando conhece De Marsay num jardim, Paquita Valdès fica pasmada, facto que o jovem De Marsay atribui ao magnetismo animal das afinidades electivas. (…) O final de A Rapariga dos Olhos de Ouro antecipa um momento clássico do cinema (…) semelhante à famosa cena de Psycho, o filme de Alfred Hitchcock (1960).» [Camille Paglia, Sexual Personae]

Sobre A Rapariga sem Carne, de Jaime Rocha



 

«Em A Rapariga sem Carne já não é a mulher-anjo dos românticos que faz a sua aparição, mas uma mulher à qual, de certa forma, já não é possível aplicar um qualificativo tão derradeiro. Se alguma filiação se pretendesse procurar, talvez se pudesse detectá-la no Baudelaire de “Hino à Beleza” — “Mas que venhas do céu ou do inferno, que importa, / Beleza! Monstro ingénuo, assustador, excessivo!” A figura feminina da novela de Jaime Rocha pertence a um lugar onde o horror, a infecundidade, a aspereza de um belo letal mas irresistível compelem como “um moribundo a afagar o sepulcro”.» [Hugo Pinto Santos, Colóquio/Letras, n.º 183, Maio de 2013]

17.5.13

Mikhail Bulgákov [15-05-1891/10-03-1940]




«O romance-total de Mikhail Bulgákov, escrito em segredo, e interdito durante quase 30 anos, põe um diabo fascinante a virar a Moscovo de Estaline do avesso, reescreve a Paixão de Cristo e faz de Margarita o verdadeiro Fausto, a merecer vida eterna. E depois da vida eterna, desce à rua para verificar como o homem - esse cidadão — continua na véspera dos amanhãs que cantam.» [Alexandra Lucas Coelho, Público, Agosto de 2002]

Sobre A Paixão segundo G. H., de Clarice Lispector





«A Paixão segundo G. H. esgravata tanto na economia da escrita, como na própria língua, arrasando todos os sedimentos inúteis. Este livro que se instalaria no cânone começa precisamente por esfacelá-lo. Rarefaz o enredo até este ser menos do que um nó numa superfície, de resto, lisa: a mulher socialmente confortável que, após a saída da doméstica, vai para esquadrinhar o quarto da serviçal e se depara com uma barata. É tudo.»

[Hugo Pinto Santos, Time Out, 15-05-2013]