21.2.13

Hélia Correia vence Prémio Correntes d’Escritas 2013


foto de Graça Sarsfield

O livro A Terceira Miséria, de Hélia Correia, foi o escolhido pelo júri do Prémio Correntes d’Escritas, que este ano distingue uma obra de poesia.
O Prémio foi hoje anunciado no encontro literário, que se realiza na Póvoa de Varzim, e será entregue dia 23 de Fevereiro, na Sessão de Encerramento.
O júri foi constituído por Almeida Faria, Carlos Vaz Marques, Helena Vasconcelos, José Mário Silva e Patrícia Reis. Entre os outros finalistas, contava-se também Fernando Guimarães, com As Raízes Diferentes, e Bernardo Pinto de Almeida, com Negócios em Ítaca, e José Agostinho Baptista, Manuel António Pina, Armando Silva Carvalho, Ferreira Gullar e Luís Filipe Castro Mendes. 

Hélia Correia nasceu em Lisboa, em 1949. Licenciada em Filologia Românica, foi professora do ensino secundário, tendo também feito um curso de pós-graduação em Teatro Clássico. Poetisa e dramaturga, foi enquanto ficcionista que Hélia Correia se revelou como um dos nomes mais importantes e originais surgidos durante a década de 80, ao publicar, em 1981, O Separar das Águas.
Na Relógio D’Água Hélia Correia publicou as obras: Soma, Montedemo; A Luz de Newton; Insânia, O Número dos Vivos, A Casa Eterna, O Rancor; Lillias Fraser; Fascinação, seguido de A Dama Pé-de-Cabra; Mopsos, O Pequeno Grego (O Ouro de Delfos e A Coroa de Olímpia); Bastardia; Desmesura; Perdição, A Ilha Encantada; Contos; Adoecer; A Chegada de Twainy e A Terceira Miséria.


«1.

Para quê, perguntou ele, para que servem
Os poetas em tempo de indigência?
Dois séculos corridos sobre a hora
Em que foi escrita esta meia linha,
Não a hora do anjo, não: a hora
Em que o luar, no monte emudecido,
Fulgurou tão desesperadamente
Que uma antiga substância, essa beleza
Que podia tocar-se num recesso
Da poeirenta estrada, no terror
Das cadelas nocturnas, na contínua
Perturbação, morada da alegria;»

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