2.11.12

A Relógio D'Água no ípsilon de 2 de Novembro de 2012





No ípsilon de 2 de Novembro de 2012, Helena Vasconcelos escreve sobre Dublinenses, de James Joyce: «Até hoje, os contos de Dublinenses continuam a emitir o seu fascínio magnético, graças à perfeição do ritmo, à cadência modulada das palavras, aos sentimentos e aos sobressaltos que evocam, às belas imagens que só o génio observador de Joyce poderia criar. Apenas Tchékhov e, mais tarde, Raymond Carver conseguiram igualar a mestria de Joyce na sua construção de um universo tão rico, de uma acção tão dinâmica e de tão vastas e verdadeiras emoções, tudo contido numa moldura narrativa exígua mas que transcende todas as limitações.»

 

No mesmo suplemento, Maria da Conceição Caleiro escreve sobre Os Cães e os Lobos, de Irène Némirovsky: «Némirovsky escreve com intensidade e tensão, deixando o leitor sem fôlego. O crescendo só subitamente se suspende por ser já desmedido. Um dos trechos mais veementes do livro é a percepção de um pogrom no gueto por duas crianças que estão a ouvir, deitadas, sem ver: “Isto são vidros que estão a partir. Não estás a ouvir os estilhaços a cair? Olha, agora são pedras atiradas às paredes e à porta de ferro da loja. Agora são pessoas a rir. Porquê? E agora são só soldados a cantar.”»

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