11.6.12

Livros da Relógio D’Água nos media na semana de 4 a 10 de Junho de 2012



Na sua crónica do Atual, suplemento do Expresso de 9 de Junho, Pedro Mexia escreve sobre O Naufrágio do Titanic, de Joseph Conrad, um dos últimos lançamentos da Relógio D’Água: «Quando o Titanic foi ao fundo, Conrad percebeu que tinha de algum modo “antecipado” aqueles acontecimentos. (…) Homem céptico e pessimista, Conrad abominava o conceito do Titanic, que achava um “Ritz marítimo”, um exemplo de gigantismo fátuo e de ostentação. O navio possuía todas as comodidades exigidas pelos seus ricos passageiros, mas de que vale ter cafés temáticos e centenas de empregados solícitos, quando não há suficientes botes e suficiente disciplina? E que dizer da ideia grotesca de um navio “inafundável”? Todos os navios podem ir ao fundo, e ainda mais quando se trata de um hotel flutuante, um ferry monstruoso, ao serviço do lucro e do luxo, do comercialismo e da publicidade. Para o escritor, o Titanic representava o “progresso” no seu aspecto mais contestável, que é a capacidade de criar uma sensação eufórica de “falsa segurança”.»


No mesmo Atual, Hugo Pinto Santos escreve sobre Música de Câmara, de James Joyce: «A dimensão musical, aliás, está longe de ser um aspeto subsidiário neste livro de estreia, que persegue a melopeia do vocábulo breve e aberto, a assonância e a ressonância fónico-verbal. Poucas vezes, como neste trabalho de João Almeida Flor, traduzir terá sido, com tal fulgor e arte, recriação do poema, reconstrução do que poderia chamar-se “estado poético” da linguagem. Mais do que fidelidade, há uma descida ao inferno do sentido e uma superação do suplício.»

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