28.3.12

Virginia Woolf (25-01-1882/28-03-1941)




«— E com Virginia Woolf, como aconteceu [a tradução]?

Foi, em certa medida, um trabalho alimentar: eu tinha trinta anos e estava naquela altura sem dinheiro. A oferta de uma tradução pareceu-me uma coisa soberba, embora as traduções nunca sejam muito bem pagas. Mas tive o prazer de encontrar a autora. Sendo uma tradutora conscienciosa, pensei: "Vamos lá perguntar-lhe o que é que ela quer que eu faça, como é que ela quer que eu traduza o seu romance." Era As Ondas, que continua a ser o romance dela de que eu mais gosto. Mas, na realidade, ela não tinha qualquer opinião sobre o assunto. Disse-me: "Faça o que você quiser." Não me valeu de muito, mas ao menos vi-a. Naquela época [1937] já parecia muito ameaçada, muito frágil. [Marguerite Yourcenar sobre Virginia Woolf, De Olhos Abertos, Relógio D’Água, 2011, trad. Renata Correia Botelho]


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