29.2.12

Viver no Fim dos Tempos, de Slavoj Zizek




«Viver no Fim dos Tempos é a mais recente grande obra de Slavoj Žižek, grande pelo seu meio milhar de páginas, grandiosa pelo estilo, e também grande pelo tema. O título apocalíptico não engana inteiramente. O mais célebre marxista dos nossos tempos vem com este livro profetizar o fim do sistema capitalista global, a caminho do seu “ponto-zero apocalíptico”, levado nos ombros de quatro cavaleiros do Apocalipse.» [André Barata no sítio PTNET Literatura, 31-01-2012]

28.2.12

A Filha do Optimista, de Eudora Welty



A Filha do Optimista, o livro que valeu o Pulitzer a Eudora Welty, conta-nos a história de Laurel McKelva Hand, uma jovem mulher que abandonou o Sul, regressando, anos depois, a Nova Orleães, onde o seu pai está a morrer.
Após a morte deste, Laurel e a sua provinciana madrasta regressam à pequena cidade no Mississípi onde Laurel havia crescido. Sozinha na sua antiga casa, Laurel chega a importantes conclusões sobre o seu passado, os seus pais e ela própria.

«O melhor livro escrito por Eudora Welty.» [The New York Times Book Review]

27.2.12

O Tumulto das Ondas, de Yukio Mishima




Passado numa remota aldeia piscatória do Japão, O Tumulto das Ondas é uma história intemporal sobre o primeiro amor. O livro fala de Shinji, um jovem pescador, e de Hatsue, a filha do homem mais rico da aldeia. Shinji sente-se emocionado ao vê-la na praia. Apaixonam-se, mas têm de suportar a calúnia e o mexerico dos aldeãos.

A Relógio D'Água no Atual de 25 de Fevereiro de 2012




No suplemento Atual, do Expresso de 25 de Fevereiro de 2012, Ana Cristina Leonardo escreve sobre Contos Escolhidos, de Isaac Babel: «Os livros são como tudo: há maus, medíocres, sofríveis, bons e excelentes. Contos Escolhidos, de Isaac Babel (1894-1940), pertence à última categoria. (…) Como escreveu a crítica britânica Margaret Drabble, a obra de Babel “cheira a guerra e cavalos, cebolas e arenques, fome e sangue”. A escrita fragmentária, paradoxal, na qual a comicidade casa com a crueldade, sai reforçada por associações surpreendentes, incoerências, repetições, construções em elipse. Regada com um humor mordaz e colorido, é uma escrita telúrica (e, nesse sentido, bem russa) que tanto nos horroriza como nos faz soltar gargalhadas. A prosa é precisa (o mot juste espreita todos os parágrafos), transmitindo, embora, uma espécie de nonchalance que a aproxima do puro jogo.»

Sobre Os Pássaros Brancos e Outros Poemas, de W. B. Yeats




Filipa Melo, no seu blogue, Coração Duplo, disponibiliza o texto sobre Os Pássaros Brancos e Outros Poemas, de W. B. Yeats, originalmente publicado no jornal Sol.

«A complementar a antologia da poesia de William Butler Yeats (1865-1939, Nobel da Literatura em 1923) com tradução de José Agostinho Baptista (Assírio & Alvim, 1996), regressa agora às livrarias uma outra seleção da obra do grande poeta irlandês, esta assinada e traduzida por Maria de Lourdes Guimarães e Laureano Silveira e aumentada em relação à edição original, datada de 1993. Os Pássaros Brancos e Outros Poemas apresenta 70 poemas escritos entre 1889, ano do segundo livro de poesia de Yeats, e 1939, o da sua morte.»

O texto completo pode ser lido aqui.

24.2.12

A Relógio D'Água no Ípsilon de 24 de Fevereiro de 2012




No suplemento Ípsilon, do Público de 24 de Fevereiro de 2012, José Riço Direitinho escreve sobre Contos Escolhidos, de Isaac Babel: «Até agora inédito em livro em Portugal, o escritor Isaac Babel (Odessa, 1894 – Gulag, 1941) é uma das figuras mais enigmáticas do modernismo russo e um dos grandes contistas do século XX, com os seus méritos reconhecidos, entre outros, por Borges e por Harold Bloom. (…) Contos Escolhidos, a impressionante antologia acabada de publicar pela Relógio D’Água, traduzida directamente do russo, reúne cerca de uma vintena de contos, alguns publicados avulso em jornais e revistas, mas sobretudo dos livros Contos de Odessa (1931) e Exército de Cavalaria (1926).»

Apresentação de A Chegada de Twainy




«Esta obra apresenta-nos algumas fadas. Uma delas é irrequieta, curiosa, pensadora e chama-se Twainy. As outras são: Clarice, Sílvia, a Menina-Fungo, Serpenteia. Twainy e Clarice são fadas em transformação, a primeira está em fase de pinóquio porque se afastou da sua comunidade, a segunda, devido à sua paixão por um humano, quer ela própria ser humana. Clarice é também a fada da poesia. (…)
Este texto, evocador de outros textos, como por exemplo Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll, permite a quem o lê o exercício da rememoração num acto de reconhecimento, ou seja, de voltar a conhecer.
A Chegada de Twainy coloca-nos, igualmente, perante um percurso de transformação do interior na sua relação com o exterior. Este percurso é feito num plano desierarquizado com fadas, animais, objectos, humanos e lugares. É um livro destinado a vários leitores e leituras, sobretudo é um livro com pensamento e ramificações para outras áreas do saber desde a história, geografia, filosofia e a literatura. Todas estas artes são evocadas para a concorrência de uma chegada, a de Twainy, que se constitui como um momento de partida e pressupõe novos inícios.»
[Excerto do texto de apresentação de Albertina Pena para A Chegada de Twainy, de Hélia Correia, com ilustrações de Rachel Caiano, no Espaço Llansol.]

23.2.12

A chegar às livrarias



«(…) afigurou-se pertinente e oportuno apresentar em edição bilingue o volume intitulado Chamber Music / Música de Câmara que assinalou a estreia de Joyce em 1907 e constitui uma espécie de laboratório onde decorrem experimentações temáticas e prosódicas conducentes à renovação da tradição discursiva europeia, empreendida pelas gerações modernistas.
Música de Câmara regista as primeiras tentativas de Joyce para organizar o som no tempo e instituir a música como veículo de enunciação alternativo e suplementar da palavra. Por esta via, tomado de per si ou considerado na rede relacional que estabelece com os demais, cada poema representa uma tentativa para comunicar imagens estruturadas através do recurso directo à vibração musical.» [Do Prefácio de João Almeida Flor]


Poetisa e dramaturga, foi enquanto ficcionista que Hélia Correia se revelou como um dos nomes mais importantes e originais surgidos durante a década de oitenta, ao publicar, em 1981, O Separar das Águas. É também autora de obras infanto-juvenis, com a colecção Mopsos, O Pequeno Grego e o recente volume A Chegada de Twainy, além das suas versões de Shakespeare. A sua escrita para teatro tem privilegiado os clássicos gregos.
Na poesia, tem uma vasta colaboração em antologias e jornais e publicou obras como A Pequena Morte/Esse Eterno Canto (em díptico com Jaime Rocha) e Apodera-te de Mim, e na Relógio D'Água edita agora A Terceira Miséria.


«… é um desses livros prodigiosos que parecem tão vivos e frescos como no dia em que foram publicados... Aparece na passagem do século XIX para o XX, mas abre portas que o romance tem vindo a franquear desde então.» [Do Prefácio de Margaret Atwood]

«Como em Eugénie Grandet de Balzac e em Washington Square de Henry James, mas desta vez misturado com uma sensibilidade semelhante à de Strindberg e de Ingmar Bergman. É assim possível ter uma ideia da força e sinceridade desta obra-prima no Norte da Europa.» [Susan Sontag]


«(...) Qualquer pessoa intrigada com a matemática deveria comprá-lo (...).»
[Ian Stewart, New Scientist]
«Um livro pequeno e adorável.» [Simon Singh, autor de O Último Teorema de Fermat]
«Há poucos matemáticos que consigam escrever textos de divulgação na sua área sem serem superficiais ou condescendentes. Com este livro, David Acheson junta-se aos melhores entre eles.» [Times Higher Education Supplement]

22.2.12

Glenway Wescott (11-04-1901/22-02-1987)




«Em 1940, Mr. Wescott publicou O Falcão Peregrino, uma história de amor que tem lugar durante uma única tarde numa zona rural francesa, nos anos 20. Alguns críticos consideraram-no o seu melhor romance.
O seu último romance, Um Apartamento em Atenas, a história de uma família ateniense durante a ocupação alemã, foi publicado em 1945.» [Edwin McDowell, The New York Times, 24-02-1987]
A Relógio D’Água editou ambas as obras.

Apresentação de A Chegada de Twainy no Espaço Llansol




Na apresentação de A Chegada de Twainy no Espaço Llansol, no passado dia 11 de Fevereiro, Albertina Pena falou do livro para a assistência miúda e graúda, lembrando como nele se sugere que «nas comunidades de pertença, ou no seu afastamento, moldam-se as entidades e os caracteres. Ao viver com plantas fica-se planta, ao viver com gente pequena fica-se pequeno, ao viver com gatos fica-se gato, ao viver de pensamentos fica-se pensamento. Se nos afastamos, criamos ou adquirimos outra forma. Nos percursos de afastamento perdem-se umas características e ganham-se outras. E é sempre certo que procuramos seres de entendimento.» Twainy vai passando por tudo isto e entendendo tudo isto.
Pode ler a notícia completa e aceder a imagens do acontecimento no blogue do Espaço Llansol.

20.2.12

A Relógio D’Água na revista Os Meus Livros de Fevereiro de 2012




Neste número da revista Os Meus Livros, Hugo Pinto Santos escreve sobre O Lago, de Ana Teresa Pereira: «Como noutros livros da autora, existe uma actriz. Jane envolve-se com Tom, seu encenador, de forma aniquiladora, e a criatura transforma-se em personagem, e vice-versa. Uma vez mais, não é o enredo o mais relevante, mas o sortilégio da palavra e a terrível beleza, os lugares (Londres), as paisagens espectrais e nevadas, o culto de certos gestos e artefactos. Mesmo os nomes de capítulos (“Pedaços de Espelho”, “O Outro Lado”) são como segredos selados, vestígios desesperadamente discretos sob os quais parece pulsar o sangue do mistério — “As palavras eram simples, mas sentia as correntes subterrâneas” (p. 19), “Debaixo das palavras, como um curso de água, uma corrente de medo” (p. 33) — tensões que nunca se resolverão. Felizmente.»



Num artigo sobre Gonçalo M. Tavares, João Morales diz de Canções Mexicanas: «… é um fresco povoado por figuras que forçam a fronteira entre uma existência verosímil e uma crueza que surge da sua invenção. Curtos contos, onde impera a economia narrativa mas não a amplitude da sua leitura. “O Cavalo de Quixote, magríssimo / —Metafísico estais. / — Es que no como.”, começa o conto “O Cavalo”, para terminar: “Na quarta vez o padre suicidou-se de outra forma, recomeçou o muchacho, completamente diferente na quarta vez.”»


Neste número da revista Os Meus Livros dá-se conta da chegada às livrarias de Middlemarch, de George Eliot: «Neste romance que é, para muitos, o mais importante romance publicado no período vitoriano (escrito em 1871-1872), Eliot aborda temas fulcrais da vida moderna: arte, religião, ciência, política, carácter, sociedade e relações humanas. A narrativa recorre a diversas personagens: Dorothea Brooke, a heroína; Edward Casaubon, o estudioso; Tertius Lydgate, um médico brilhante de duvidosa moralidade; ou Fred Vincy e Mary Garth, namorados de infância.»


Na lista dos livros disponíveis e recomendáveis nas livrarias consta também Diário de Oaxaca, de Oliver Sacks: «Um dos mais conhecidos investigadores da mente humana (autor do célebre O Homem Que Confundiu a Mulher com Um Chapéu) conta-nos a viagem que realizou com alguns colegas da American Fern Society a Oaxaca, uma província no México. A sua paixão pela história natural, aliada à riqueza da cultura humana, filtradas por um olhar atento e minucioso, resultam numa obra apelativa, que vive da informação sobre o território, a flora e população locais.»

Sobre Canções Mexicanas, de Gonçalo M. Tavares




No blogue Bibliotecário de Babel, está disponível para leitura o texto integral de José Mário Silva sobre Canções Mexicanas, de Gonçalo M. Tavares. A crítica foi publicada no n.º 109 da revista Ler.

Hélia Correia no Câmara Clara




No passado domingo, 19 de Fevereiro, Hélia Correia foi a convidada do programa Câmara Clara, que pode ser visto ou revisto aqui.

17.2.12

Hélia Correia no Câmara Clara




A escritora Hélia Correia vai estar este domingo, dia 19, às 22h30, no programa Câmara Clara, da RTP2, para falar com Paula Moura Pinheiro sobre os seus últimos livros publicados, A Chegada de Twainy e A Terceira Miséria.

16.2.12

José Gil recebe Prémio Vergílio Ferreira


José Gil acaba de receber o Prémio Vergílio Ferreira 2012, atribuído pela Universidade de Évora.
Filósofo e professor universitário, José Gil recebe este prémio devido à relevância do seu pensamento, «contributo singular para uma reflexão profunda sobre a identidade do Portugal contemporâneo».
A cerimónia de entrega decorre a 1 de Março, data da morte de Vergílio Ferreira, na Sala dos Actos da Universidade de Évora. Considerado pelo Le Nouvel Observateur como um dos 25 grandes pensadores do Mundo, José Gil é licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras de Paris, na Universidade da Sorbonne. Coordenou o Departamento de Psicanálise e Filosofia da Universidade de Paris VIII em 1973. Leccionou Estética e Filosofia Contemporânea na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, bem como no Colégio Internacional de Filosofia de Paris e na Universidade de São Paulo.


Em 2004 publicou Portugal, Hoje. O Medo de Existir, que se tornaria a sua obra mais conhecida. Publicou diversas obras na editora Relógio D’Água, a saber: A Crucificada; Fernando Pessoa ou a Metafísica das Sensações; Cemitério dos Desejos; Salazar: A Retórica da Invisibilidade; A Imagem-Nua e as Pequenas Percepções; Metamorfoses do Corpo; Diferença e Negação na Poesia de Fernando Pessoa; Movimento Total; A Profundidade e a Superfície; Sem Título; Monstros; O Imperceptível Devir da Imanência; Ao Meio-Dia os Pássaros; Em Busca da Identidade; O Devir-Eu de Fernando Pessoa; A Arte como Linguagem e O Humor e a Lógica dos Objectos de Duchamp (co-autoria de Ana Godinho).



O nome de José Gil foi reconhecido pelo júri, presidido pelo Prof. José Alberto Machado, da Universidade de Évora e composto pelo director do Departamento de Linguística e Literaturas da UE, Prof. Fernando Gomes, pelo Prof. José Augusto Bernardes, da Universidade de Coimbra, pelo Prof. Mário Avelar, da Universidade Aberta e pelo crítico literário Prof. Antonio Saéz Delgado.
O prémio Vergílio Ferreira foi criado em 1997 com o objectivo de homenagear o escritor que lhe dá o nome e premiar o conjunto da obra de escritores portugueses relevantes no âmbito da narrativa e do ensaio. Atribuído pela primeira vez a Maria Velho da Costa e, em 1998, a Maria Judite de Carvalho (a título póstumo); seguida de Mia Couto em 1999; Almeida Faria em 2000; Eduardo Lourenço em 2001; Óscar Lopes em 2002; Vítor Aguiar e Silva em 2003; Agustina Bessa-Luís em 2004; Manuel Gusmão em 2005; Fernando Guimarães em 2006; Vasco Graça Moura em 2007; Mário Cláudio em 2008; Mário de Carvalho em 2009; Luísa Dacosta em 2010; e Maria Alzira Seixo em 2011.

Sobre Os Pássaros Brancos e Outros Poemas, de W. B. Yeats




Na Time Out Lisboa de 15 de Fevereiro de 2012, Hugo Pinto Santos escreve sobre Os Pássaros Brancos e Outros Poemas, de W. B. Yeats: «Já houve quem assim resumisse a poesia de Yeats: “Irlanda, espiritualismo e amor”. Uma fórmula exacta, pese o risco da concisão. (…) Esta é a reedição, acrescida de 15 poemas, de uma antologia baseada em cerca de uma dezena de títulos – de Caminhos Transversais (1889) a Últimos Poemas (1936-39). As soluções da tradução [Laureano Silveira e Maria de Lourdes Guimarães] são frequentemente louváveis, e os poemas coligidos permitem uma visão razoável de uma obra vasta e das mais marcantes da poesia universal.»

14.2.12

Bel-Ami em nova adaptação cinematográfica



Georges Duroy, de alcunha Bel-Ami, é um homem jovem e bem-parecido. Um encontro ocasional mostra-lhe o caminho da ascensão social. Apesar da sua vulgaridade e ignorância, consegue integrar a alta sociedade apoiando-se nas amantes e no jornalismo.
Cinco mulheres vão sucessivamente iniciá-lo nos mistérios da profissão, nos segredos da vida mundana e assegurar-lhe o êxito ambicionado. Mas, por trás das combinações políticas e financeiras e do erotismo interesseiro, está a angústia que até um homem como Bel-Ami transporta consigo.
Bel-Ami é um dos romances mais vezes transposto para o cinema. Em 2011 os realizadores Declan Donnellan e Nick Ormerod rodaram um novo filme, com os actores Robert Pattinson (no papel de Georges Duroy), Uma Thurman (Madeleine Forestier), Kristin Scott Thomas (Virginie) e Christina Ricci (Clotilde).


O novo filme baseado em «Bel-Ami», de Guy de Maupassant, tem estreia prevista em Portugal para a próxima quinta-feira, 23 de Fevereiro.

13.2.12

Falha na exposição «Fernando Pessoa — Plural como o Universo»


A exposição sobre a vida e a obra de Fernando Pessoa inaugurada na passada quinta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian merece ter em Lisboa mesma afluência massiva de visitantes que recebeu no Rio de Janeiro e em São Paulo (200 mil em cada uma das cidades).
Deve, no entanto, ser referida uma falha na mesa em que estão expostas as obras do autor. É que nem os livros da edição crítica, publicados pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, nem as obras do autor saídas na Relógio D’Água estão presentes (o exclusivo foi concedido às publicações da Assírio e Alvim).
Como é evidente, o mais elementar rigor exigiria que todas essas obras estivessem presentes, não havendo lugar a um favoritismo desprovido de qualquer fundamentação intelectual.

Hélia Correia em café literário na Covilhã




Hélia Correia vai estar na Covilhã para apresentar a sua obra literária.
A autora de A Chegada de Twainy é a próxima convidada da tertúlia do mês de Fevereiro, que decorre no Café Bar Covilhã Jardim, a partir das 21.30 horas do dia 14, e na qual a literatura juvenil estará em destaque.

Mistérios de Lisboa



Mistérios de Lisboa, filme de Raúl Ruiz baseado na obra homónima de Camilo Castelo Branco, publicada pela Relógio D’Água com prefácio do realizador chileno (é o último texto por ele escrito), acaba de ser galardoado pelo Sindicato Francês de Crítica de Cinema com dois prémios, de Melhor Série de Televisão e de Melhor Coffret DVD do ano.

Ensaios da Fundação Francisco Manuel dos Santos entre os mais vendidos



Segundo o suplemento Atual do Expresso de 11 de Fevereiro, os últimos ensaios da Fundação estiveram entre os 10 mais vendidos na semana de 23 a 29 de Janeiro de 2012.



É o caso de Portugal: Dívida Pública e Défice Democrático, de Paulo Trigo Pereira, em 2.º lugar; A Nova Medicina, de João Lobo Antunes, em 3.º lugar; e A Classe Média: Ascensão e Declínio, de Elísio Estanque, em 6.º lugar.


Os ensaios da Fundação Francisco Manuel dos Santos têm coordenação editorial e distribuição na rede livreira nacional da Relógio D’Água.

O Amante de Lady Chatterley, um dos 5 livros sobre o desejo



Na última edição da Revista do Expresso de 11 de Fevereiro, José Mário Silva destaca cinco livros sobre o desejo.
Um deles é O Amante de Lady Chatterley, de D. H. Lawrence, editado pela Relógio D’Água. «História da paixão avassaladora de uma mulher aristocrata por um homem de classe baixa, este romance deu origem a um dos maiores escândalos da literatura britânica no século XX. (…) Pondo de parte as polémicas, o livro é ainda hoje um poderoso hino à importância do amor físico na vida das pessoas (e à sua complexidade).»
Os outros livros destacados são Lolita, de Vladimir Nabokov, O Amante, de Marguerite Duras, Blankets, de Craig Thompson, e A Visita do Médico Real, de Per Olov Enquist.

9.2.12

Sobre Retrato do Artista quando Jovem, de James Joyce



Na revista Time Out Lisboa de 8 de Fevereiro, Hugo Pinto Santos escreve sobre Retrato do Artista quando Jovem, de James Joyce: «Esta obra maior da descoberta (ocultação?) é o retrato reticente e fugidio de um protagonista que se destaca na galeria de anti-heróis de uma modernidade que ajudou a forjar. (…) A tradução de Paulo Faria merece um claro voto de louvor — extensível às suas anotações.»

7.2.12

Charles Dickens (7 de Fevereiro de 1812 - 9 de Junho de 1870)




«Tudo quanto poderia dizer da obra, de qualquer maneira, o disse já nas próprias páginas dela.» [Charles Dickens, Prefácio à primeira edição de David Copperfield (1850)]


Charles Dickens nasceu há 200 anos e o seu bicentenário comemora-se com diversos acontecimentos, do Reino Unido a Portugal. Há uma festa popular em Portsmouth, sua cidade natal, e o príncipe Carlos e o autor Ralph Fiennes participam numa cerimónia junto ao seu túmulo, na Abadia de Westminster. Em Lisboa, na Biblioteca Nacional, há uma mostra das edições portuguesas de Charles Dickens e, na Hemeroteca Municipal, a inauguração da exposição «Dickens nas Coleções das Bibliotecas Municipais de Lisboa».

Wislawa Szymborska (2 de Julho de 1923 – 1 de Fevereiro de 2012)




«Para mim, Szymborska é, antes de mais, uma poetisa da consciência. Isso significa que nos fala, aos seus contemporâneos, como se fosse um de nós, reservando e guardando para si assuntos pessoais e intervindo de certa distância, mas sem deixar de remeter para o que cada um sabe da sua própria vida.» [Sobre Szymborska, por Czeslaw Milosz]


Wislawa Szymborska morreu no dia 1 de Fevereiro em Cracóvia, aos 88 anos. Em 1996 recebeu o Prémio Nobel da Literatura. A Relógio D’Água editou duas obras suas; Paisagem com Grão de Areia (1998) e Instante (2006).

Os Anos Doces, de Hiromi Kawakami




Omachi Tsukiko encontra uma tarde, por acaso, o seu antigo professor de Japonês num izakaya onde por vezes vai no regresso do trabalho. No decurso dos vários encontros que se sucedem, vai estabelecer-se entre eles, de modo quase impercetível, uma ligação difícil de definir, até dada a enorme diferença de idades. Juntos vão apanhar cogumelos, visitar um mercado, participar numa festa de cerejeiras em flor. São acontecimentos prosaicos, mas que, de modo subtil, vão tecendo um véu que parece capaz de dissipar-se a qualquer momento. O estilo de Kawakami capta a delicadeza da vida no exato momento em que ela parece dissolver-se.
Os Anos Doces recebeu o PrémioTanizaki em 2001.

6.2.12

A Relógio D’Água na Ler de Fevereiro de 2012




Na Ler, Rogério Casanova escreve sobre Nas Montanhas da Loucura, de H. P. Lovecraft: «Como quase toda a ficção que Lovecraft escreveu, Nas Montanhas da Loucura (Relógio D’Água, trad. Teresa Seixas) começa no rescaldo de acontecimentos terríveis que levaram o narrador ao limite da desintegração psíquica. Aproveitando os últimos resquícios de sanidade, o mesmo tenta deixar um registo para a posteridade, de uma forma tão impessoal e rigorosa quanto possível. No caso em questão, os acontecimentos ocorreram durante uma expedição multidisciplinar à Antártida, conduzida por vários membros da Universidade de Miskatonic, com o sempre sensato objetivo de “recolher amostras”. O que acabam por encontrar é um conjunto de fósseis de criaturas sobre cuja origem “é inútil conjeturar”, e que, para agravar a situação, se revelam não inteiramente fossilizados.


José Mário Silva escreve sobre O Lago, de Ana Teresa Pereira: «Nos últimos livros de Ana Teresa Pereira, o teatro vem ocupando um lugar cada vez mais importante na densa rede de referências simbólicas da autora. Mas é em O Lago que se esbate de vez a fronteira — porosa e vagamente assustadora — entre palco e vida. Se na novela anterior (A Pantera), uma escritora (Kate) transformava o ator com quem se envolvia (Tom) em personagem de ficção, desta vez há um dramaturgo e encenador (também chamado Tom, o mais recorrente dos nomes-fétiche de ATP) que pretende converter uma atriz na própria essência da fugidia protagonista da sua peça. “Há algum tempo que ela usava as palavras representar e escrever como se fossem exatamente a mesma coisa”, diz-se a propósito de Kate em A Pantera


No mês em que se comemora o bicentenário de Charles Dickens, Hugo Pinto Santos escreve sobre o autor de David Copperfield: «Certo dia, um funcionário da Tesouraria da Armada passeava na companhia de um amigo. Este, ao deparar com o filho de um companheiro no seu habitual local de trabalho (uma janela junto à qual rotulava frascos de graxa), deu-lhe uma moeda. Muito dignamente, o rapaz agradeceu, sem que o pai reagisse de forma visível. O jovem era Charles Dickens, e o episódio é apenas um entre os vários aspetos da sua vida que a arte do escritor transporia para a ficção — “Quando não existiam garrafas vazias, havia rótulos para colar nas garrafas cheias, rolhas para adaptar aos gargalos, cápsulas que se acomodavam em caixas” (David Copperfield, Relógio D’Água, p. 145).


Bruno Vieira Amaral escreve sobre Flush — Uma Biografia, de Virginia Woolf: «A inevitável antropomorfização das experiências de Flush conduz o livro, em certos momentos, para o registo alegórico, com o mundo dos cães a servir de base a uma crítica à sociedade inglesa de meados do século XIX. Flush é um aristocrata canino que cedo percebe que “não existe qualquer igualdade entre os cães: uns são nobres, outros são cães inferiores”.» Bruno Vieira Amaral diz ainda: «As palavras são como instrumentos que tentam penetrar a insondável parcela da realidade habitada por Flush. Uma realidade olfativa, de “infinitas gradações” entre os extremos a que os seres humanos são sensíveis.»


Bruno Vieira Amaral escreve também sobre Diário de Oaxaca, em que «Oliver Sacks (n. 1933), autor do célebre Despertares, registou em forma de diário as suas experiências durante uma excursão de botânicos “amadores” à região de Oaxaca, no México».

3.2.12

Contos Escolhidos, de Isaac Babel



Este livro reúne narrativas extraídas sobretudo de Exército de Cavalaria e de Contos de Odessa.
J. L. Borges e Harold Bloom contam-se entre os críticos que chamaram a atenção para a singular importância da obra de Isaac Babel.

«Como contista, Babel rivaliza com Turguénev, Tchékhov, Maupassant, Gogol, Joyce, Hemingway, Lawrence e Borges: tal como eles, é um génio da forma. Mas está próximo de Kafka na peculiar dicotomia do seu génio.» [Harold Bloom]

«Esse livro ímpar intitula-se Exército de Cavalaria.
A música do seu estilo contrasta com a quase inefável brutalidade de certas cenas.
Um dos contos — “O Sal” — conhece uma glória que parece reservada aos versos e que a prosa raramente alcança: sabem-no de cor muitas pessoas.» [J. L. Borges]

2.2.12

Novo álbum de Leonard Cohen




Na passada segunda-feira foi lançado o novo trabalho de Leonard Cohen, Old Ideas, o último álbum de originais desde Dear Heather, editado em 2004.
Celebrando 40 anos da carreira, Old Ideas faz-se das ideias de um septuagenário sobre a vida e das temáticas de sempre do cantor, compositor e escritor.
A Relógio D’Água editou em 1999 Poemas e Canções, uma antologia escolhida com a participação do próprio autor.

1.2.12

Anna Karénina em nova adaptação cinematográfica



Anna Karénina, de Lev Tolstói, conta já numerosas adaptações ao grande ecrã, do cinema mudo ao sonoro, e surge brevemente num novo filme, com realização de Joe Wright e argumento de Tom Stoppard.
Keira Knightley sucederá a actrizes como Greta Garbo, Vivien Leigh e Jacqueline Bisset no papel da heroína. Alexei Karénin será interpretado por Jude Law e o conde Vronsky por Aaron Johnson.
Actualmente em fase de pós-produção, o filme tem estreia prevista para o final de 2012.
O livro Anna Karénina foi editado pela Relógio D’Água (2006), numa tradução, directa do russo, de António Pescada.