28.10.11

Hélia Correia, Gonçalo M. Tavares e Pedro Mexia na Relógio D'Água


No próximo mês de Novembro vão ser editados na Relógio D’Água uma obra infanto-juvenil de Hélia Correia e uma outra ficcional de Gonçalo M. Tavares.
De Pedro Mexia sairá em breve um livro de textos críticos.



Em Canções Mexicanas, Gonçalo M. Tavares apresenta-nos uma série de fragmentos narrativos de clara nitidez. É a sua visão da actual Cidade do México, uma megalópole de 20 milhões de habitantes, com loucos que se manifestam, lutas de raparigas ainda crianças e suicidas, seres para quem o sentimento europeu de procura de felicidade é algo de incompreensível.
É uma escrita, como em todos os seus livros, avessa às tradições líricas e sentimentais da prosa portuguesa.



Depois de Adoecer, Hélia Correia regressa com A Chegada de Twainy a um universo que lhe é familiar, o das fadas. As ilustrações são de Rachel Caiano. O livro começa assim:
«— Ninguém há de arrancar-me um “ai” — dizia Twainy.
A verdade é que ninguém tencionava arrancar-lhe coisa alguma.
Twainy estava sozinha, tão sozinha que o próprio vento se afastava dela, assustado com tanta solidão.
Twainy não era bem uma pessoa. Mas também já não era transparente. Estava numa fase vegetal. Tinha uma flor no alto da cabeça, a cara como uma maçã, e pés de pau. Parecia um arbusto, mas andava. Provavelmente ia tornar-se rapariga. Mas pouco percebia do assunto.»


Pedro Mexia reúne mais de uma centena de textos em O Corso, título que ilustra o seu particular modo de conceber a crítica, uma abordagem mais ou menos arriscada a um conjunto de poetas, prosadores e ensaístas portugueses.
A alguns deles foi já possível vê-los com alguma distância, outros podem muito bem cruzar-se com o autor nas ruas de Lisboa sob este incerto céu de Outono.

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