29.10.09

Resultados do concurso para tradutores

Considerada a votação sobre as provas de tradução das sete primeiras páginas de Under the Net, The Man Who Was Thursday e The Country Girls e ouvidas as razões dos membros do júri que apreciaram as previamente seleccionadas na Relógio D’Água, as conclusões são as seguintes:
1 – Das quinze provas apreciadas pelo júri (cinco por cada livro), só duas, as de Francisco Silva Pereira em Under the Net e José Gabriel Flores em The Man Who Was Thursday, tiveram uma média de classificação positiva, obtendo respectivamente 6,7 e 6,4 pontos, numa escala de 1 a 10. Tendo o júri considerado que se trata de tradutores que revelam capacidades, mas para quem os livros em causa são de tradução problemática, atribui-se a ambos o segundo lugar, pelo que receberão propostas de tradução de obras consideradas mais acessíveis ainda durante a próxima semana.
2 – De um modo geral, as provas são insatisfatórias, revelando fragilidades na formação como tradutores e alguma falta de experiência dos concorrentes.
3 – Para que os participantes possam retirar experiências desta iniciativa, vamos enviar a partir de terça-feira próxima para todos os 113 concorrentes a opinião dos membros do júri sobre as 15 provas que lhes foram submetidas e que serão apenas numeradas, ou seja, sem indicação do nome do concorrente, o que funcionaria como um resumo dos principais problemas detectados.
4 – A Relógio D’Água agradece a todos os participantes (113 ao todo) e aos membros do júri, Margarida Vale de Gato, Paulo Faria e Miguel Serras Pereira

Concurso para tradutores de inglês

Os resultados do concurso saem hoje à tarde.

20.10.09

Novo livro de António Barreto

A Relógio D’Água irá publicar Anos Difíceis de António Barreto, uma colectânea de «Retratos da Semana» publicados entre 2003 e 2009, no jornal Público.


«Finalmente, um traço dominante deste período é o do uso intensivo e persistente da propaganda e de todas as formas de construção e orientação da informação. Estes últimos anos marcam a consolidação do modo profissional de informar a população. Governo, partidos políticos, grupos parlamentares, grandes grupos económicos, associações empresariais e sindicatos recorrem, cada vez mais e agora de modo consistente, a organizações especializadas de comunicação. Este esforço é, obviamente, liderado pelo governo, com recursos ilimitados para dirigir a informação e organizar a comunicação, de acordo com os seus interesses e conveniências. São centenas, talvez milhares de profissionais, incluindo muitos jornalistas, a exercer as suas actividades de comunicação em conformidade com as expectativas dos seus mandantes. A actividade política desenrola‑se agora de acordo com o que se chama, na gíria, a “agenda” política. Esta é uma mera construção de conveniência, uma maneira de condicionar a informação e a opinião.»

Da Apresentação

Arto Paasilinna na Relógio D’Água


Acaba de sair A Lebre de Vatanen de Arto Paasilinna.
A Relógio D’Água irá, em breve, publicar também Aprazível Suicídio em Grupo, do mesmo autor finlandês.
A Lebre de Vatanen



Vatanen é jornalista em Helsínquia. Num domingo à tarde de Junho, quando volta do campo com um amigo, este atropela uma lebre numa estrada. Vatanen sai do carro e embrenha-se nos bosques. Consegue descobrir a lebre ferida, faz-lhe uma tala grosseira e mergulha deliberadamente na natureza.
Este livro tornou-se um romance de culto nos países nórdicos, ao narrar as aventuras de Vatanen, deslocando-se ao longo das estações para o círculo polar com a sua lebre servindo como uma espécie de salvo-conduto.
Aprazível Suicídio em Grupo



É precisamente no S. João, festa de luz e alegria realizada em pleno Verão, que um pequeno empresário em crise, Onni Rellonen, decide acabar com a vida. Mas quando, de pistola no bolso, se aproxima de um celeiro isolado, local ideal para uma morte tranquila, depara com uma estranha cena. E, no último momento, consegue salvar um outro candidato ao suicídio já com um nó corrediço apertando em volta do pescoço. É o coronel Kemppainen, um inconsolável viúvo que escolhera igualmente aquele luminoso solstício para pôr fim à vida.
Influenciados por este acaso renunciam à sua intenção comum e conversam sobre as razões que os levaram a tomar tão sombria decisão. Já em casa de Onni preparam uma sauna, bebem, pescam e tratam-se por tu.
Depressa chegam à conclusão que na Finlândia existe um grande número de candidatos ao suicídio. E daí até à ideia de fundarem uma associação de «candidatos ao suicídio» vai um passo. Colocam um anúncio:

ESTÁ A PENSAR SUICIDAR-SE?

Não entre em pânico, não está sozinho.
Também nós temos pensamentos semelhantes,
e até alguma experiência. (…)
Respostas à Posta Restante dos
Correios Centrais de Helsínquia,
para: «Tentar em conjunto.»


E um dia, acompanhados de três dezenas de companheiros, partem num confortável autocarro para uma aprazível viagem de suicídio colectivo. Atravessam a Europa em busca do melhor precipício para se lançarem no vazio. Entre os candidatos, encontram-se alguns com bastante humor, outros mais sombrios, mas todos eles participando nas ferozes reflexões de Paasilinna sobre o suicídio enquanto desporto finlandês.
Acabam por encontrar o local ideal em Portugal, uma falésia junto à Fortaleza de Sagres.
Aprazível Suicídio em Grupo é uma narrativa irónica e macabra, que provoca riso e compaixão. É também uma fábula terna e ácida sobre vidas sombrias.

Livros da Relógio D’Água nos Media (semana de 10 a 18 de Outubro)

Na Actual do passado dia 17, Ana Cristina Leonardo aborda Os Irmãos Tanner de Robert Walser. Segundo a crítica do Expresso:

«De características autobiográficas e estranhamente premonitórias, este romance, assinado por um escritor que passou grande parte da vida num hospício (“Estou aqui, não para escrever, mas para ser louco” – responderia a um homem que o visita em Herisau), é, como todos os livros de Walser, uma obra-prima de delicadeza.»

Concluída a primeira fase do concurso de tradução

Até ao final do dia 18 recebemos 113 provas de tradução (42 para Iris Murdoch, 41 para G. K. Chesterton e 30 para Edna O’Brien). As traduções estão já a ser avaliadas por Isabel Castro Silva e Michelle Nobre Dias, assistentes editoriais da Relógio D’Água. As 15 seleccionadas, 5 por cada autor, vão ser, na próxima sexta-feira, dia 23, remetidas anonimamente para o júri, constituído por Miguel Serras Pereira, Paulo Faria e Margarida Vale de Gato.
O resultado final será divulgado a 28 de Outubro.

6.10.09

Livros da Relógio D’Água nos Media (Semanas de 12 de Setembro a 4 de Outubro)


Na revista Actual do Expresso de 12 de Setembro, Ana Cristina Leonardo escreve que «O Túnel conduz-nos pelos trilhos de uma cabeça exacta, lógica, capaz de criar o seu próprio inferno. Metáfora da criação artística? Do estado do mundo? Seja o que for, uma obra-prima».

No Ípsilon de 25 de Setembro, Eduardo Pitta considera O Túnel de Ernesto Sabato um romance que é ao mesmo tempo um ensaio sobre o ciúme.
Reconhecendo que em Sabato «as ideias não perturbam a polifonia da intriga», o crítico do Público afirma que «a marca de um grande autor pode ser avaliada pela sua capacidade de tornar intemporal o que escreve». Em sua opinião, Sabato «sai incólume do ar do tempo».

Em Os Meus Livros de Outubro de 2009, Sara Figueiredo Costa diz sobre o policial Que o Diabo Leve a Mosca Azul:

«Bardin usa com mestria o encadeamento narrativo, deturpando sequências, recorrendo a factos presentes para explicar os passados e criando uma harmonia perfeita entre a sucessão desregulada dos acontecimentos e a percepção que a protagonista deles tem.
«Originalmente publicado em 1948, Que o Diabo Leve a Mosca Azul merece todos os encómios que a contracapa lhe atribui.»

Apresentação de Em Busca da Identidade – o desnorte de José Gil



O ensaio Em Busca da Identidade – o desnorte de José Gil vai ser apresentado no próximo dia 8 de Outubro, quinta-feira, às 18h., no auditório da Biblioteca Nacional de Portugal em Lisboa.

A iniciativa é da Livraria Universitária e surge a propósito da segunda edição do livro.


1.10.09

Concurso para tradutores de inglês

A Relógio D’Água vai abrir um concurso para escolher seis colaboradores como tradutores de inglês-português.
Os candidatos podem escolher entre uma obra de Iris Murdoch (Under the Net), de Edna O’Brien (The Country Girls) e G. K. Chesterton (The Man Who Was Thursday).
Condições de concurso:
1. Os concorrentes devem ter o português (europeu) como língua materna.
2. A prova de admissão consiste na tradução das sete primeiras páginas de uma das três obras acima mencionadas.
3. Os interessados devem contactar a editora por e-mail (relogiodagua@relogiodagua.pt), enviando o seu currículo e e-mail e solicitando o envio das sete páginas de uma, e apenas de uma, das obras mencionadas.
4. Duas assistentes editoriais da Relógio D’Água (Isabel Castro Silva e Michelle Nobre Dias) serão responsáveis pela selecção das cinco melhores provas de tradução recebidas para cada autor. As provas de tradução deverão ser enviadas até 18 de Outubro de 2009 para o e-mail da editora com indicação de Prova de Tradução.
5. As cinco provas seleccionadas serão depois apreciadas por um júri integrado por Miguel Serras Pereira, Margarida Vale de Gato e Paulo Faria, que escolherão as duas melhores traduções para cada um dos autores. As provas a que este júri terá acesso serão anónimas.
O júri pode considerar que nenhuma das provas reúne as condições necessárias para aprovação.
6. O autor da prova considerada em primeiro lugar ficará como tradutor da obra cuja tradução iniciou. O segundo classificado será contactado para posteriores trabalhos de tradução.
7. O júri terá completado o seu trabalho no dia 28 de Outubro, sendo o resultado divulgado no blogue da Relógio D’Água.O pagamento previsto por página de 1800 caracteres (incluindo espaços) é de 8€. O contrato-tipo de tradução da Relógio D’Água pode ser solicitado para o e-mail da editora.