26.4.24

Sobre Admirável Mundo Novo — Um Romance Gráfico

 


Publicado originalmente em 1932, Admirável Mundo Novo é uma das obras mais reverenciadas e profundas da literatura do século xx. Abordando temas de hedonismo e controlo, humanidade, tecnologia e influência, o clássico de Aldous Huxley reflete a época em que foi escrito, para que nos alerta, e permanece assustadoramente relevante.

A adaptação, esteticamente reimaginada por Fred Fordham, dá a essa poderosa e provocadora história uma nova vida visual, apresentando-a a uma geração de leitores modernos de uma maneira original e envolvente.


Admirável Mundo Novo — Um Romance Gráfico, a partir do romance de Aldous Huxley, Adaptado e Ilustrado por Fred Fordham (tradução de Mário-Henrique Leiria), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/admiravel-mundo-novo-o-romance-grafico/

Cristina Carvalho em palestra sobre “A Liberdade da Literatura”

 




Cristina Carvalho estará amanhã, 27 de Abril, pelas 17:00, na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal de Lagoa, para uma palestra comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril.


«Paula Rego», «Strindberg», «W. B. Yeats» e outras obras de Cristina Carvalho estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/cristina-carvalho/

Nara Vidal em conversa com Ricardo Pedrosa Alves, a propósito da edição de Puro



«São três mulheres velhas que moram em uma casa grande, também velha.

Há no casarão um menino de mais ou menos quinze anos. 

Lázaro não é filho e nem neto de nenhuma delas. Estuda em casa. Dália ensina religião e piano. Lobélia ensina idiomas. Alpínia ensina culinária e noções de anatomia. O volume do rádio está sempre alto para as velhas escutarem música e, dizem as crianças pela cidade, abafar as vozes do sótão. 

A cidade se chama Santa Graça — referência de virtude e limpeza no território nacional. No futuro, negrinho ou doente nenhum foi visto ali.»


Puro, de Nara Vidal, está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/puro/

Sobre Poemas, de Mário de Sá-Carneiro

 


«A poesia de Mário de Sá-Carneiro, sobretudo nalguns poemas de Dispersão, possui um fulgor, uma força e um dinamismo únicos na lírica portuguesa contemporânea. Pode-se dizer que na sua obra há poemas que nascem de uma impulsão arrebatadora que domina inteiramente a consciência e o corpo, e para a qual a imaginação e a linguagem encontram imediatamente a síntese viva e fulgurante da realidade poética. Essa impulsão pode ser tão intensa e instantânea que se volve vertigem, delírio ou álcool (palavras-chave da poesia do autor de Indícios de Oiro) ou esvai-se, após o seu súbito surgir, ou então obscurece a consciência do sujeito: «Mas a vitória fulva esvai-se logo… / E cinzas, cinzas só, em vez de fogo…», «É só de mim que ando delirante — / Manhã tão forte que me anoiteceu.» [Do Prefácio de António Ramos Rosa]


Esta e outras obras de Mário de Sá-Carneiro estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/mario-de-sa-carneiro/

Sobre Veneza, Um Interior, de Javier Marías

 


«Veneza produz simultaneamente duas sensações na aparência contraditórias: por um lado, é a cidade mais homogénea — ou, se se prefere, harmoniosa — de todas as que conheci. Por homogénea ou por harmoniosa entendo principalmente o seguinte: que qualquer ponto da cidade, qualquer espaço luminoso e aberto ou recanto escondido e brumoso que, com água ou sem ela, entre a cada instante no campo visual do espectador é inequívoco, isto é, não pode pertencer a nenhuma outra cidade, não pode confundir-se com outra paisagem urbana, não suscita reminiscências; é, portanto, tudo menos indiferente. (…)

Por outro lado (e aqui está o contraditório), poucas cidades parecem mais extensas e fragmentadas, com distâncias mais intransponíveis ou lugares que provoquem uma maior sensação de isolamento.»


Veneza, Um Interior (trad. José Bento e Manuel Alberto) e outras obras de Javier Marías estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/javier-marias/

Sobre A Tragédia de Otelo, o Mouro de Veneza, de William Shakespeare

 


«Por isso mesmo, por esta peça ser uma peça de enganos, por o seu enredo, a sua história, se construir contra as aparências e talvez contra o público, embora sempre o seduzindo, é que Iago ocupa o maior espaço em cena. É sim um demónio, mas não o demónio medieval. O vício que representa não é o vício da teologia, mas o vício renascentista, e ele próprio explica os seus motivos com base na dialéctica senhor/lacaio, num mundo em que a “antiga graduação” se perdera e em que só conta o interesse individual de cada qual e os seus jogos de influências. Até é um demónio simpático, é o público que assiste à peça e que, não podendo ocupar o trono de Inglaterra, é tentado a contentar-se com pequenas manobras para subir a algum trono mais à mão, mais caseiro.

Otelo é porém a continuação da história de Romeu e Julieta depois do casamento e o que se vê não é bonito: o desejo de posse e o demónio do ciúme. O amante colabora inconscientemente com as forças que trabalham para tornar impossível o seu amor: por amor humilha, agride e destrói a coisa amada. Mais um exemplo da riqueza com que Shakespeare trata o seu material.» [Do Prefácio]


A Tragédia de Otelo, o Mouro de Veneza (trad. Manuel Resende) e outras obras de William Shakespeare estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/william-shakespeare/

25.4.24

Sobre Rebelião na Quinta, de George Orwell

 


“Quando regressei de Espanha, pensei em denunciar o mito soviético numa história que pudesse ser facilmente entendida por quase todos e que pudesse ser facilmente traduzida para outras línguas. Mas a história propriamente dita só me ocorreu algum tempo depois, num dia em que vi (vivia então numa aldeia) um rapazinho, com cerca de dez anos, a conduzir um enorme cavalo de tiro e sua carroça ao longo de uma congosta, fustigando-o sempre que ele tentava desviar-se do caminho. Ocorreu-me que, se animais como aquele tivessem consciência da sua força, nós nunca poderíamos ter qualquer domínio sobre eles, e que os homens exploram os animais praticamente do mesmo modo que os ricos exploram o proletariado.” [Do Prefácio do Autor]


Rebelião na Quinta permanece a grande sátira da face negra dos tempos modernos.” [Malcolm Bradbury]


Rebelião na Quinta (trad. José Miguel Silva) e outras obras de George Orwell estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/george-orwell/